Parte da cúpula do Exército brasileiro viu como uma estratégia do ministro Alexandre de Moraes a quebra de sigilo de 27 depoimentos sobre a tentativa de golpe de Estado. O ministro do Supremo Tribunal Federal publicizou o resultado das oitivas de Jair Bolsonaro (PL), Walter Braga Netto (PL) e de outros ministros e comandantes militares do último governo.
A estratégia de Moraes, segundo a caserna, seria para provocar mais delações premiadas, visto que os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, o general Marco Antônio Freire Gomes e o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, respectivamente, complicaram ainda mais a situação de Bolsonaro. As informações são do colunista Noblat, do Metrópoles.
As declarações dos dois militares, que praticamente comprovam a existência de reuniões para discutir golpe, podem motivar outros investigados a considerar a possibilidade de fazer delações. A “intuição” de parte do Exército é que os civis, ex-assessores de Bolsonaro, podem fechar acordo de delação premiada.
No entanto, é um militar que já pediu um novo depoimento à Polícia Federal (PF). A defesa do tenente-coronel do Exército Ronald Ferreira de Araújo Junior já pediu uma nova audiência. Ele ficou em silêncio na primeira oitiva.
Dentre os 14 que ficaram calados, dez são militares, além de Bolsonaro. São eles:
Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-capitão do Exército;
Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
Angelo Martins Denicoli, major do Exército;
Helio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército;
Mario Fernandes, então ministro-substituto da Secretaria-Geral;
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa;
Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército;
Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
Ronald Ferreira de Araujo Junior, coronel do Exército.