O partido Likud, liderado durante décadas pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, respondeu, nesta quinta-feira (14), ao líder democrata no Senado dos Estados Unidos, Chuck Schumer, que Israel “não é uma república das bananas, mas uma democracia independente e orgulhosa”.
Schumer defendeu nesta quinta a realização de eleições em Israel, atacando o primeiro-ministro, a quem acusou de ser “o maior obstáculo para a paz”.
– Netanyahu lidera uma política decidida que conta com o apoio de uma grande maioria do povo – afirmou o Likud; partido de direita em que Netanyahu está, e goza da confiança dos israelenses há mais de duas décadas quase consecutivas.
Em um momento tenso da relação do governo Netanyahu com a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, Schumer enviou nesta quinta a mensagem mais crítica de um alto líder do Partido Democrata contra o Executivo israelense desde o início da ofensiva na Faixa de Gaza.
Schumer disse que o premiê israelense é um dos “maiores obstáculos para a paz”, juntamente com o Hamas, a extrema-direita israelense e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
– Ao contrário das palavras de Schumer, o público israelense apoia uma vitória completa sobre o Hamas, rejeita qualquer ditame internacional para estabelecer um Estado terrorista palestino e se opõe ao regresso da Autoridade Palestina para Gaza – destacou o Likud.
– Espera-se que um senador respeite o governo eleito de Israel e não o enfraqueça. Isto é sempre o correto, e ainda mais em tempos de guerra – acrescentou o principal partido da atual coligação governamental de Israel, considerada a mais direitista da história do país.
– A coligação de Netanyahu já não se adapta às necessidades de Israel depois do 7 de outubro. O mundo mudou radicalmente desde então e o povo israelense está sendo sufocado por uma visão de governo presa ao passado – declarou Schumer diante do plenário do Senado americano.
Schumer acusou Netanyahu de ter “perdido o rumo ao colocar sua sobrevivência política como prioridade”, de ter se rodeado de ministros de extrema-direita e de ter tolerado o elevado número de vítimas em Gaza, o que fez com que “o apoio a Israel no mundo esteja em mínimos históricos”.
Por sua vez, Biden também insistiu, nos últimos dias, na necessidade de Israel permitir mais ajuda humanitária para Gaza, e alertou que uma ofensiva terrestre na cidade de Rafah, no sul do enclave, onde estão aglomeradas 1,4 milhão de pessoas deslocadas, seria uma “linha vermelha”.
*EFE