O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece mesmo estar inclinado a recuperar a popularidade com o público evangélico. Um sinal disso foi um discurso feito por ele na na quinta-feira (4), em Arcoverde, no estado de Pernambuco, no qual o petista repetiu as palavras “Deus” e “milagre” 27 vezes, uma média de mais de uma vez a cada minuto, já que a fala teve 25 minutos de duração.
– Eu queria perguntar se vocês acreditam em milagre? Então, eu vou contar dois milagres para vocês que estão acontecendo aqui agora. O primeiro milagre só pode ter acontecido por ser um milagre por essa obra de Deus – disse o presidente, em referência à transposição do Rio São Francisco.
– É um milagre que aconteceu com um cara que viveu a seca. Com sete anos de idade eu saí da Caetés para São Paulo com a mãe e oito filhos num pau de arara para não morrer de fome e não morrer de sede. E esse nordestino, que saiu daqui para não morrer de sede, volta 150 anos depois e faz a transposição do São Francisco para trazer água para o povo brasileiro – declarou o petista em outro momento.
– E isso só pode acontecer por uma coisa, só pode acontecer esse milagre por causa da fé de vocês, por causa da fé, por causa da crença de vocês. Se vocês não acreditassem, se vocês não tivessem fé, jamais vocês teriam votado para presidente da República num pernambucano que não tem diploma universitário, que só tem um diploma primário e um curso do Senai – completou.
Uma reportagem do jornal Folha de São Paulo apontou que o discurso desta quinta marcou uma clara mudança de tendência na fala de Lula. Nos 52 discursos anteriores feitos pelo petista neste ano que estão disponíveis no site do Palácio do Planalto, o presidente costumava utilizar a palavra Deus, por exemplo, menos de uma vez em média por discurso.
Além disso, na maior parte das vezes, Lula utilizava a palavra para fazer referências como uma figura de retórica, como para cobrar ministros e outras autoridades de seu governo, falando “pelo amor de Deus”, ou para encerrar discursos, com a expressão “Deus abençoe”.
A “virada de chave” no discurso de Lula ocorre justamente em um momento em que o petista vê a aprovação a seu governo empatar com a rejeição. No mês passado, uma pesquisa Datafolha indicou que 35% do público consideraram a gestão do petista ótima ou boa, ante 33% que o avaliam como ruim ou péssimo e 30% como regular. Entre os evangélicos, o índice de reprovação subiu de 38% em dezembro do ano passado e aumentou para 43% em março deste ano.
Fonte: Pleno News.
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