O prefeito de Recife, João Henrique Campos, tem larga vantagem e poderia ser reeleito em primeiro turno se as eleições fossem hoje. Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo instituto de pesquisa AtlasIntel, em parceria com a CNN Brasil, aponta que o filho do ex-governador Eduardo Campos tem 57,3% das intenções de votos, quase 36 pontos percentuais a mais que Gilson Machado Neto (PL), ex-ministro do turismo de Jair Bolsonaro, que tem 21,4% da preferência do eleitor.
Os números mostram que João Campos, aos 30 anos, se encaminha para consolidar-se como o principal nome da esquerda no estado – antes de assumir a prefeitura, ele havia sido deputado federal. Para Gilson Machado, pode ser a segunda derrota seguida no estado (ele tentou o Senado em 2022, mas perdeu). A notícia poderia ser boa para o PT, mas a relação ente o partido de Lula e o gabinete do prefeito vem esfriando nos últimos meses.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, indicou em fevereiro que o partido iria apoiá-lo na candidatura deste ano – ela foi a um camarote no Carnaval do Recife ao lado dele. Nas últimas semanas, no entanto, João filiou quatro de seus secretários a partidos que compõe sua aliança, como o Republicanos e o MDB. Assim, crescem as chances de que ele tenha um vice de outro partido, escanteando possíveis nomes como o deputado federal Carlos Veras (PT-PE) e Mozart Sales.
O golpe parece ter sido acusado no PT local. Quando a CNN definiu a popularidade do prefeito como “neve que não derrete”, em uma alusão ao cabelo platinado que João Campos resolveu ostentar no último carnaval, o deputado estadual e ex-prefeito do Recife João Paulo, um dos líderes históricos do partido no estado, resolveu ironizar a comparação: “Não há neve que não derreta”, disse ele à imprensa local.
Fonte: O Antagonista.