Há um ano, o presidente Lula viajou para Portugal e Espanha e encontrou-se com dois chefes de governo: o primeiro-ministro português António Costa e o espanhol Pedro Sánchez (foto). Os dois são de partidos socialistas e receberam o brasileiro de braços abertos.
Nesses doze meses, António Costa renunciou após acusações de corrupção. Sánchez quase fez a mesma coisa nesta segunda, 29, mas decidiu se segurar no cargo.
Sánchez segue tropegamente no posto, porque a organização Manos Limpias, que fez as primeiras denúncias contra a esposa de Sánchez, Begoña Gómez, prometeu fazer novas acusações que envolvem Sánchez diretamente.
Conflito de interesses
A acusação inicial do Manos Limpias contra Begoña Gómez é de que ela, embora não tenha um cargo oficial de primeira-dama, escreveu e assinou cartas recomendando a contratação, por entidades públicas, de um empresário amigo, Carlos Barrabés.
Barrabés trabalhou no passado fazendo lobby Begoña se aproximar da empresa Air Europa e montou um curso dirigido por ela, um mestrado em Transformação Social Competitiva, na Universidade Complutense de Madri.
Um tribunal de Madri começou a fazer investigações preliminares e a convocar pessoas para depor. Begoña não chegou a ser indiciada, mas os trabalhos continuam.
Sánchez publicou na semana passada uma carta dizendo que cancelaria sua agenda para pensar sobre uma possível renúncia.
Na quinta, 25, Lula ligou para Sánchez para prestar solidariedade. “Conversei com Pedro Sánchez para prestar solidariedade a sua liderança e papel por uma Espanha democrática e cada vez mais justa, próspera e humana. Sua força e papel são importantes para o seu país, para a Europa e para o mundo”, disse o brasileiro.
Nesta segunda, 29, Sánchez decidiu ficar no cargo. No mesmo dia, o secretário-geral da organização Manos Limpias, Miguel Bernad, afirmou que vai divulgar novas provas contra o casal Sánchez: “Vão aparecer mais provas as quais não apenas incriminam ela, Begoña Gómez, como também a ele“.
Fonte: O Antagonista.