Agentes ligados aos governos da China e do Irã foram flagrados preparando deepfakes na tentativa de influenciar o resultado das eleições americanas de 2020. Esse fato alarmante só veio a público recentemente, destacando a preocupação crescente com a capacidade de potências estrangeiras utilizarem tecnologia avançada para manipular informações.
Embora os materiais desenvolvidos não tenham sido distribuídos, a descoberta por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA indica a seriedade com que esses países estão investindo na tecnologia de inteligência artificial para fins de desinformação.
Como os EUA estão se preparando para futuras eleições?
Com as eleições presidenciais de 2024 se aproximando, o governo americano tem intensificado suas estratégias para combater a possível influência de deepfakes. Exercícios foram realizados na Sala de Situação da Casa Branca para planejar respostas a cenários em que vídeos falsos possam circular, tentando enganar o eleitorado.
O FBI também tem alertado sobre a maior facilidade com que os estados estrangeiros podem disseminar falsidades, dada a acessibilidade às ferramentas de IA que facilitam a criação de conteúdos fraudulentos extremamente realistas.
Ameaça crescente apesar das falhas passadas
O uso de deepfakes nas tentativas de interferência eleitoral reflete uma nova era de desinformação. Autoridades dos EUA, por um lado, reconhecem que até o momento não houve um impacto direto significativo das campanhas de desinformação utilizando deepfakes nas eleições de 2020, devido à qualidade insuficiente e ao risco associado. No entanto, a evolução tecnológica nos últimos anos pode alterar esse cenário em futuras eleições.
Qual o papel do entendimento cultural na eficácia da influência estrangeira?
Entender as nuances culturais desempenha um papel crucial nas operações de influência. As dificuldades dos chineses em se conectar com questões sensíveis ao público americano, contrastam com a abordagem mais incisiva e informada dos russos, destacando o papel da percepção e da compreensão cultural na eficácia dessas campanhas.
Essa complexidade cultural pode determinar não apenas a produção de conteúdo mas também a sua distribuição eficaz, que é o maior desafio enfrentado pelos atores estrangeiros até atualmente.
Desinformação e sua perpetuação no cenário americano
O solo americano continua fértil para teorias da conspiração e desinformação, uma situação exacerbada pela polarização política e uma confiança declinante nas instituições. Essa realidade, combinada com as avançadas ferramentas de IA, cria um terreno propício para operações de influência robustas e potencialmente eficazes nas eleições futuras.
Fonte: O Antagonista.