Dezenas de presidiários estão em greve de fome em cadeias da Venezuela. O protesto dos detentos começou no último domingo (9) e reivindica melhorias no sistema carcerário do país. Ativistas de direitos humanos denunciaram corrupção no sistema, além de atrasos processuais e racionamento de comida.
O Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) divulgou a greve como “pacífica” e informou que são ao menos 19 presídios e 30 centros de detenção em delegacias em 14 dos 24 estados do país. O número de presos que se privam de alimentos seria em torno de 50 mil.
De acordo com a Folha de São Paulo, as autoridades venezuelanas receberam as denúncias. Militantes dos Direitos Humanos também afirmam que a ditadura de Nicolás Maduro mantém os prisioneiros nos centros de detenção das delegacias pelo ano inteiro, quando, de acordo com a lei, a permanência nesses locais deve ser de apenas alguns dias.
– Estamos lidando com negligência e falta de ação das autoridades. Em 13 anos de gestão, completados em 26 de julho, foi impossível melhorar as condições de vida nas prisões. Isso inclui a falta de cuidados médicos, alimentação insuficiente, a ausência de programas de reabilitação e a falta de medidas para garantir a segurança dos detentos – declarou o OVP em comunicado.
– Os privados de liberdade na Venezuela, vítimas da demora processual e do descaso penitenciário, sentem-se enganados pelos planos de abordagem impulsionados pelo Ministério que não lhes trouxeram nenhuma solução para sua situação jurídica – acrescentou.
Nesta quarta-feira (12), familiares dos criminosos realizaram uma manifestação apoiando a greve de fome dos prisioneiros. Os parentes alegam que os detentos têm os direitos violados. Devido à crise, Maduro nomeou um novo chefe para o serviço penitenciário para, de acordo com ele, “acabar com a corrupção”.
O novo ministro é o deputado Julio García Zerpa, que substitui Celsa Bautista, no cargo desde fevereiro de 2023.