Apesar da resistência inicial do governo Javier Milei, a Polícia Federal brasileira atuou na segurança do presidente da Argentina durante sua passagem pelo Brasil, no fim de semana, para participar de uma conferência conservadora ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo fontes da PF, a corporação participou do planejamento e da execução do esquema de segurança de Milei junto à equipe pessoal do argentino. Além de ceder agentes, a PF forneceu os carros que transportaram Milei em Balneário Camboriú (SC), cidade onde ocorreu o evento. As informações são da coluna de Igor Gadelha, do Metropoles.
Inicialmente, como a coluna noticiou na manhã de quinta-feira (4), o consulado da Argentina em Florianópolis havia pedido apoio logístico e operacional ao governo de Santa Catarina, atualmente comandado pelo governador bolsonarista Jorginho Mello (PL).
Naquele mesmo dia, a embaixada da Argentina em Brasília avisou formalmente ao Itamaraty que Milei faria uma “visita privada” ao Brasil e pediu apenas facilidade no processo migratório e alfandegário para a comitiva do presidente argentino, como ocorre com outros chefes de Estado.
O cerimonial do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, por sua vez, informou à embaixada que a PF participaria do esquema de segurança, por ter a responsabilidade legal de fazer a segurança de chefes de Estado no Brasil. Os argentinos, então, não se opuseram.
Além da PF e do Itamaraty, a Força Aérea Brasileira (FAB) também foi acionada. As autoridades argentinas pediram autorização à Aeronáutica para o avião que transportou Milei sobrevoar o território nacional e pousar no Aeroporto de Navegantes, o mais próximo de Balneário Camboriú.
Foi a primeira visita do atual presidente argentino desde que ele tomou posse, em dezembro de 2023. Apesar disso, Milei não teve qualquer encontro oficial com o presidente Lula, a quem intensificou as críticas nos últimos dias, nem com integrantes do atual governo brasileiro.