A Argentina registrou ao final de junho pela primeira vez desde 2008 um semestre com superávit financeiro, e também conseguiu saldo fiscal primário positivo, devido ao severo plano de ajuste implementado pelo governo do presidente Javier Milei.
Fontes oficiais informaram nesta terça-feira (16) que a Argentina registrou um superávit fiscal primário de 488,569 bilhões de pesos (R$ 2,8 bilhões) em junho. No mesmo mês, no ano passado, o país teve resultado negativo de 611,742 bilhões de pesos (R$ 3,5 bilhões).
Já o resultado financeiro (incluindo os pagamentos do serviço da dívida) foi positivo em junho em 238,189 bilhões de pesos (R$ 1,3 bilhões), contrastando com um déficit no mesmo mês do ano passado de 708,603 bilhões de pesos (R$ 4,1 bilhões).
No primeiro semestre deste ano, a Argentina conseguiu acumular um superávit primário de 6,9 trilhões de pesos (40,5 bilhões), e no mesmo período de 2023 houve déficit de 1,8 trilhão de pesos (R$ 10,5 bilhões).
O superávit financeiro acumulado no primeiro semestre do ano, por sua vez, foi de 2,57 trilhões de pesos (R$ 15,1 bilhões), e no primeiro semestre de 2023 foi registrado saldo negativo de 3,1 trilhões de pesos (R$ 18,2 bilhões).
A mudança de tendência observada no primeiro semestre deste ano deve-se ao severo plano de ajuste fiscal implementado por Milei após sua chegada ao governo em dezembro do ano passado.
– É a primeira vez desde 2008 que seis meses consecutivos de superávit financeiro foram alcançados – disse o governo argentino.
De acordo com dados oficiais, no primeiro semestre do ano o setor público nacional acumulou um superávit primário equivalente a 1,1% do PIB e um superávit financeiro de 0,4% do PIB.
De acordo com o relatório, no primeiro semestre do ano, as despesas primárias acumularam uma redução de 32% em termos reais.
As maiores quedas reais ocorreram nas despesas de capital (-82% em relação ao ano anterior), nas transferências correntes discricionárias para as províncias (-75%) e em outras despesas correntes (-43%).
Os subsídios econômicos – que incluem os subsídios à energia – caíram 43% em termos reais em relação ao ano anterior, apesar das baixas temperaturas registradas desde maio e do fato de que as mudanças nas tarifas de energia elétrica e gás em junho não tiveram impacto sobre os números fiscais desse mês.
*EFE
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