A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, mergulhou, nesta quarta-feira (16), no rio Sena com o presidente do comitê organizador dos Jogos Olímpicos, Tony Estanguet, para demonstrar que suas águas, “frescas” e muito “agradáveis” segundo ela, já estão aptas para sediar os eventos olímpicos.
A nove dias da cerimônia de abertura, que também acontecerá tendo o Sena como palco e será a primeira abertura olímpica realizada fora de um estádio, Hidalgo cumpriu a promessa feita meses atrás, e que teve de adiar em várias ocasiões, porque as chuvas dos últimos meses atrasaram a adaptação da água a níveis adequados para banho.
– Hoje finalmente estamos felizes por ver que o conseguimos. É claro que vai permitir a realização das provas dos Jogos Olímpicos, é claro que vai permitir a natação no próximo ano. É um legado importante – disse Hidalgo após não só ter mergulhado no rio, mas também nadado algumas dezenas de metros.
Tal como já tinha feito a ministra do Esporte, Amélie Oudéa-Castéra, no último sábado (13), com esta iniciativa as autoridades francesas procuram esclarecer uma das grandes incógnitas que os Jogos enfrentam: se a grande aposta de realizar no Sena as provas de maratona de águas abertas e do segmento de natação do triatlo finalmente daria certo.
A prefeita foi a primeira a entrar nas águas que, posteriormente, descreveu como muito “agradáveis” e “frescas”, até bastante “transparentes”, apesar de hoje ter havido uma certa corrente.
“Formidável” foi a palavra que Estanguet utilizou para descrever o mergulho, em declarações à imprensa, além de destacar que representa uma “mensagem muito importante para todos os atletas”.
Foi um “desafio” que “não foi simples”, concordaram ambos, lembrando que a recuperação do Sena – depois de quase um século em que os banhos estavam proibidos por razões de saúde – tem sido um desafio que exigiu quatro anos de trabalho intenso e coordenação nos diferentes níveis do governo.
Os jogos “foram o acelerador” para a limpeza do Sena, disse Hidalgo, mas o objetivo real era devolver o rio aos cidadãos, em um contexto de adaptação da cidade às alterações climáticas.
– É para a nossa qualidade de vida hoje e amanhã, para os nossos filhos e para que os oceanos sejam limpos – destacou Hidalgo.
Para Estanguet, “descontaminar um rio é um símbolo muito importante” no combate às mudanças climáticas, o que permitirá, ao mesmo tempo, refrescar-se em períodos de ondas de calor e praticar esporte em quatro pontos que estarão habilitados ao banho para todo o público a partir do próximo verão.
Após o mergulho das autoridades, dezenas de pessoas também saltaram na água para celebrar a limpeza do Sena e ainda aproveitaram para praticar esportes, como o polo aquático, em pequenos grupos.
O compromisso com o Sena de celebrar a prova de triatlo de natação, no dia 30 de julho para os homens, no dia 31 para as mulheres e no dia 5 de agosto para o revezamento misto, bem como as maratonas de águas abertas femininas e masculinas nos dias 31 e 5 de agosto, faz parte da estratégia do Comitê Organizador para que os locais mais emblemáticos da capital sediem os eventos dos jogos.
Foram investidos mais de 1,4 bilhão de euros desde 2016 em um ambicioso plano para permitir a prática do banho que incluiu, entre outras obras, a construção de tanques gigantes. Essas irão, sobretudo, evitar que a água do esgoto vá para o rio e o contamine, sem passar pelas estações de tratamento nos períodos de chuvas intensas.
*EFE
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