O Banco do Nordeste, que acaba de comemorar 72 anos de fundação, programa para o início de agosto uma nova operação de crédito voltada aos Estados da Região com investimentos para infraestrutura, com recursos do Banco Mundial.
Cada estado contará com um conjunto de obras e as liberações não começaram ainda, apesar de aprovadas pelo Senado, porque existe a necessidade de mais burocracia, através de uma capitalização dos recursos por parte do acionista majoritário e depois aprovação do Banco Central. O conselho de administração da entidade se reúne no dia 05 de agosto com esta missão.
O presidente do BNB, Paulo Câmara, já comemora a operação especial porque ela vai permitir novas alavancagens. “Esse aporte aumentará em dez vezes nossa relação com o Banco Mundial e nos dará condições de ir depois para aportes de R$ 10 bilhões ao ano”, cita, em entrevista exclusiva ao site Jamildo.com.
O Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) é hoje o principal funding do banco, mas ele proíbe que o BNB repasse recursos diretamente aos Estados. A vedação prevista na criação do fundo constitucional existe para evitar que a União financiasse Estados, ampliando o risco de uso político e eventual inadimplência.
Neste processo de diversificação das fontes de recursos, além do Banco Mundial. o BNB promoveu entendimentos com agências internacionais de fomento como Banco Europeu, Banco da Alemanha, a agência francesa de desenvolvimento AFD (300 milhões de euros), o Banco da América Latina (CAF) e está em dialogo com o banco dos Brics (tocado hoje pela ex-presidente Dilma).
No ano passado, foram R$ 58 bilhões os recursos totais investidos pelo banco.
Além de poder operar diretamente com os Estados do Nordeste, sem as amarras do FNE, com essa estratégia de diversificação a entidade também reduz a dependência relativa dos recursos orçamentários da União. “O FNE segue sempre em risco, das bancadas do Sul e Sudeste, ávidas em tirar recursos do Nordeste e levar esses milhões para suas cooperativas. Vislumbrando essas ameaças, a diversificação é uma das alternativas para financiar o desenvolvimento regional” explica um graduado técnico da instituição.
No evento dos 72 anos, Paulo Câmara defendeu foco em áreas estratégicas. “Vivenciamos um momento de largas oportunidades de alavancar os setores de saneamento, logística e energia”, afirmou. “Somos privilegiados em vento e sol, o que viabiliza a produção em larga escala do hidrogênio verde, que será a energia limpa do futuro”
Banco dos micro e pequenos empreendedores
A diversificação do funding também poderá ser extremamente positiva para os micro e pequenos empreendedores da região, seja por meio do Crediamigo (26 anos de existência) ou o Agroamigo (com 19 anos de existência). Esses dois programas já se tornaram as maiores experiências em microfinanças na América Latina.
“Somos o banco dos micro e pequenos empreendedores. Esta é a nossa missão mais nobre”, afirmou Paulo Câmara, na quinta, no evento alusivo aos 72 anos da entidade. No ano passado, 51% das operações estiveram compromissadas nesta linha. Neste ano, a meta é chegar aos 62% das operações.
Blog de Jamildo
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