O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, informou nesta sexta-feira (2) por telefone ao ministro de Defesa de Israel, Yoav Gallant, sobre as “mudanças” militares que o Pentágono fará para reforçar a segurança do país diante da “ameaça do Irã”.
A ligação foi feita um dia depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que haverá “novos destacamentos militares” para defender Israel contra um possível ataque do Irã, após os assassinatos dos líderes dos grupos islâmicos Hamas e Hezbollah.
– O secretário reiterou apoio inabalável à segurança de Israel e informou o ministro sobre medidas adicionais, incluindo mudanças na postura defensiva que o departamento adotará para defender o país – disse a porta-voz adjunta do Pentágono, Sabrina Singh, em entrevista coletiva.
Singh afirmou que houve um compromisso explícito sobre “quais unidades específicas e quais capacidades específicas” serão mobilizadas pelos EUA tanto no telefonema dos líderes quanto no telefonema dos ministros.
No entanto, ela se recusou a fornecer “um cronograma explícito” para os movimentos operacionais.
De acordo com comunicado do Ministério da Defesa de Israel, Gallant disse a Austin que “a cooperação de segurança sem precedentes entre Israel e EUA contra o Irã e seus representantes é fundamental para a segurança e a estabilidade regional”.
Gallant também expressou o compromisso israelense de chegar a um acordo para permitir o retorno dos 111 sequestrados que ainda estão na Faixa de Gaza.
– Estamos determinados a defender os cidadãos de Israel e isso inclui chegar rapidamente a um acordo para o retorno dos reféns – declarou.
Israel está trabalhando para coordenar uma nova coalizão internacional para impedir uma possível resposta de Irã e Hezbollah, que prometeram retaliação depois do ataque atribuído a Israel que matou o principal líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, e também porque Israel assumiu o ataque que vitimou o chefe militar do Hezbollah, Fouad Shukr, em Beirute.
Os houthis do Iêmen, a Resistência Islâmica do Iraque ou os grupos pró-iranianos da Síria – todos satélites do Irã, assim como Hamas e Jihad Islâmica em Faixa de Gaza e Cisjordânia – poderiam participar de um ataque coordenado contra Israel.
Gallant abordou com Austin a importância de criar uma “coalizão de parceiros e aliados para garantir a estabilidade e a segurança regional”, como aconteceu em abril, quando sete países se uniram a Israel para repelir um ataque de cerca de 300 drones e mísseis iranianos.
Horas antes, Gallant se reuniu em Tel Aviv com o novo secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, que está visitando Israel, com quem também discutiu a tensão no Oriente Médio e a necessidade de tal coalizão “em defesa de Israel contra o Irã e seus representantes”.
*EFE
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