O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela classificou nesta quarta-feira (14) como “panfletário” o relatório provisório preparado pelo painel de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo o qual as eleições presidenciais de 28 de julho careceram das “medidas básicas de transparência e integridade que são essenciais para a realização de eleições confiáveis”. Em comunicado, o CNE lembrou que, segundo o acordado com a ONU, esse documento era para fins internos, portanto, sua divulgação pública viola o acordo e “demonstra a intencionalidade política perversa de tal divulgação, composta de argumentos falsos e distorcidos”.
“O conteúdo desse ‘relatório’ é um documento panfletário e sua ‘expertise’ é completamente desacreditada, tendo em vista os argumentos pobres e facilmente refutáveis usados para tentar deslegitimar o impecável e transparente processo eleitoral realizado em 28 de julho”, afirmou o órgão eleitoral.
Além de negar repetidamente o documento, o CNE insistiu que, desde 28 de julho, foi vítima de um “ataque cibernético terrorista” que continua e diante do qual “foram aplicados protocolos de contingência” que permitiram “a transmissão de 80% das seções eleitorais, com um resultado irreversível a favor” do presidente Nicolás Maduro.
Diante da falta de resultados discriminados por seção eleitoral, o que contradiz o cronograma estabelecido, o CNE indicou que “não foi possível fazer a divulgação detalhada” “devido aos contínuos ataques às plataformas de divulgação, que estão expostas à internet”, referindo-se ao site da instituição, que está fora do ar há 17 dias.
Na opinião do CNE, cuja maioria das autoridades é chavista, os especialistas da ONU “tentam descaradamente endossar a fraude” da oposição majoritária, que publicou “83,5%” das atas eleitorais em um site para apoiar sua alegação de fraude e garantir que seu candidato, Edmundo González Urrutia, ganhasse as eleições por uma ampla margem.
O órgão enfatizou que o grupo da ONU “não tinha poderes para realizar auditorias em supostas planilhas de totalização que não têm nenhum nível de legalidade, uma vez que não foram fornecidas pelo órgão eleitoral”, de modo que “os ‘especialistas’ incorreram em um ato de ilegalidade, ao dar como válidas” as cédulas divulgadas pelo antichavismo.
“Com sua agenda política contra o povo venezuelano, esses personagens questionam a credibilidade e a confiabilidade da ONU, ao mesmo tempo em que zombam da confiança depositada pelos Estados-membros”, conclui a carta.
Além desse painel, o Carter Center – que também foi convidado pelo CNE como observador das eleições presidenciais – considerou que as eleições não podem ser consideradas democráticas porque não atenderam aos padrões estabelecidos.
Fonte: Jovem Pan.