A Fórmula 1 está de volta após sua tradicional pausa de férias no meio do ano. Agora as equipes se dedicarão a melhorar seus resultados e já iniciar sua preparação para 2025, último com o mesmo regulamento atual. Mas quais são os pontos que devemos ficar atentos nesses próximos meses?
Como a Red Bull vai desatar seus nós?
A Red Bull perdeu recentemente 2 nomes importantes: Adrian Newey, superprojetista que os rumores indicam rumar para a Aston Martin, e Jonathan Wheatley, que será chefe da equipe Audi. Será que essas perdas afetarão a sua competitividade ou farão Max Verstappen balançar na disputa pelo título desse ano e ainda perdê-lo para a concorrência?
Sim, o holandês já garantiu que segue na equipe em 2025, mas poderia assinar um contrato antecipado com a Mercedes para o ano seguinte, como Hamilton fez com a Ferrari no início desse ano.
Ainda entre os rubro-taurinos, eles decidiram apoiar Sergio Pérez, apesar de seu desempenho decepcionante desde maio, que o fez cair para o sétimo lugar no campeonato de pilotos. Isso porque eles não conseguiram encontrar um substituto incontestável para o mexicano (papel que seria de Ricciardo, que não convenceu), então precisam que ele se recupere para ajudar a manter a liderança no campeonato de construtores, especialmente com a McLaren se aproximando.
Se isso não acontecer, apesar das públicas declarações em contrário, Perez pode sim perder o lugar.
Além disso, a Red Bull enfrenta uma decisão importante sobre Daniel Ricciardo e Liam Lawson. Só há vaga para um ao lado de Tsunoda no ano que vem, e se escolherem o veterano, perderiam o promissor Lawson para o mercado.
O que será da Alpine?
A francesa Alpine passou por mudanças significativas nos últimos tempos, com a debandada de vários nomes importantes da área tecnica e desportiva e a chegada do jovem Oliver Oakes como novo chefe de equipe. Ele é um dos chefes mais jovens da categoria e assume o cargo com a missão de reverter a situação da equipe.
Para isso tem a ajuda do controverso Flavio Briatore, que força os franceses a abandonarem os motores próprios (sairiam os Renault para entrada dos Mercedes) para assim economizar recursos e focar apenas nos projetos dos carros, o que seria uma pública admissão de fracasso para uma fabricante dessa envergadura.
É, portanto, uma grande pedreira, prova disso é falta de interesse de pilotos de maior quilate em embarcar na equipe, como vimos quando Carlos Sainz preferiu assinar com a Williams a substituir Ocon, que irá para a Haas. A vaga acabará com o novato da casa, Jack Doohan.
Veremos se a Alpine conseguirá se reerguer no pelotão do meio, criando uma base mais sólida para 2025, isso se ela não for vendida.
McLaren voltou mesmo?
Sob a liderança de Andrea Stella e Zak Brown,a equipe dos carros laranjacontinua a melhorar seu desempenho e, em alguns circuitos, mostrou ter o melhor carro, mas no lado estratégico, ainda derrapa. Escolhas erradas desperdiçaram prováveis pódios e quem sabe até uma vitória, que fazem falta na tabela.
Mesmo assim, vêm pontuando mais que a líder Red Bull, graças, também à uma dupla de pilotos homogênea e forte que pontua consistentemente sempre que podem, tanto que abriram 21 pontos da Ferrari, que tropeçou no desenvolvimento do carro, mas promete reagir. Então a turma de Zak Brown não pode deixar de melhorar seu carro.
A Mercedes, por outro lado, tem se destacado com atualizações bem-sucedidas no carro de Hamilton e Russell, garantindo e três vitórias, só que mesmo assim ainda se encontram longe da McLaren e Red Bull na tabela de pontos, tornando improvável uma disputa pelo título desse ano.
Teremos piloto brasileiro em 2025?
Com muitas vagas já definidas para o ano que vem, restam apenas algumas. Na Mercedes deveremos ter a estreia de Kimi Antonelli. Na RB Honda RBPT, péssimo nome oficial da antiga Alpha Tauri e Toro Rosso, a vaga ficará entre Ricciardo e Lawson.
Assim, o único espaço realmente em aberto é na Sauber/Audi. O companheiro de Nico Hulkenberg no ano que vem tenderia a ser Valtteri Bottas, que já está lá e traria experiência num momento em que a equipe está mal e precisa evoluir.
Por outro lado, uma renovação seria bem-vinda e apostar num piloto jovem e com potencial para uma parceria de longo prazo, como a Red Bull já fez com Vettel e Verstappen, a McLaren com Hamilton,Norris e Piastri e a Mercedes deve fazer com Antonelli, é um caminho muito atraente.
Nessa hipótese o brasileiro Gabriel Bortoleto, vice-líder do campeonato da Fórmula 2 em seu primeiro ano, seria um nome bem cotado, ainda que não único com esse perfil. Fernando Alonso, seu empresário, foi visto no motorhome da equipe na última etapa e poderia estar negociando com os alemães.
Conclusão
Com o retorno da Fórmula 1 após as férias, as forças e fraquezas das equipes estarão mais evidentes do que nunca. As ambições da McLaren de conquistar o título que hoje ainda está nas mãos da Red Bull, a reação das demais em suas buscas por melhorias e os anúncios de pilotos serão o pano de fundo para a definição desse campeonato e até para a base do que poderemos ver em 2025.
Fonte: O Antagonista.