O bilionário fundador e diretor-executivo do Telegram, Pavel Durov, foi preso na França no último fim de semana. Ele tem 39 anos de idade e é pai de mais de 100 pessoas graças a doações de esperma que fez nos últimos 15 anos, conforme relatou em julho.
Segundo o Ministério Público da França, a prisão de Pavel aconteceu como parte de uma investigação sobre 12 acusações, que incluem cumplicidade na divulgação de imagens de pedofilia, fraude e tráfico de drogas. O inquérito judicial foi aberto em 8 de julho, após análises preliminares feitas pela seção de crimes cibernéticos do escritório do promotor público de Paris.
Nascido em São Petersburgo, Rússia, Durov é comparados a nomes como o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, e o dono da rede social X e da Tesla, Elon Musk.
O russo fundou duas redes sociais de grande importância. Uma delas foi a VKontakte (VK), considerada a maior rede social da Rússia. O lançamento aconteceu quando Pavel tinha 22 anos. A segunda plataforma foi o Telegram, um dos serviços de mensagens instantâneas mais populares em todo o mundo.
Segundo a revista Forbes, a fortuna pessoal dele é de 15,5 bilhões de dólares (cerca de R$ 85 bilhões).
Para muitos, Durov é visto como um empreendedor bilionário, mas há quem o considere fantoche do Kremlin, mas também guerreiro da liberdade de expressão.
Em entrevista ao jornalista Tucker Carlson, Pavel contou que se mudou para a Itália quando tinha 4 anos. No entanto, sua família voltou para a Rússia após o colapso da União Soviética, depois que o pai de Durov recebeu uma proposta para trabalhar na Universidade Estadual de São Petersburgo.
Segundo Durov, ele e seu irmão mais velho, Nikolai, eram prodígios da matemática desde cedo. O irmão dele já esteve em uma TV italiana para resolver equações cúbicas em tempo real quando criança e ganhou repetidas medalhas de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática.
– Nós dois éramos muito apaixonados por codificação e design de coisas – relatou.
Quando a família deixou a Itália, levou um computador IBM PC XT. Com isso, os Durov eram “no início dos anos 90, uma das poucas famílias na Rússia que realmente conseguiam aprender a programar”.
A relação do jovem com o governo russo ficou hostil quando manifestantes começaram a usar a rede social VK para protestos em Kiev contra o presidente pró-Rússia da Ucrânia, Viktor Yanukovich, em 2013. Segundo o bilionário, o Kremlin pediu dados privados de usuários ucranianos.
– Decidimos recusar, e isso não foi muito bem recebido pelo governo russo – falou Pavel ao jornalista Carlson.
Depois, ele deixou o cargo de CEO da rede social, vendeu todas as ações e deixou a Rússia. A VK, atualmente, está sob controle estatal.
Segundo o prodígio russo, sua missão é permitir que outras pessoas se tornem livres.
– Para mim, nunca foi sobre ficar rico. Tudo na minha vida foi sobre me tornar livre. Na medida do possível, minha missão na vida é permitir que outras pessoas se tornem livres – falou.
Ele também admitiu que não quer receber ordens de ninguém. As informações são da CNN e da BBC.