O Kremlin afirmou nesta quinta-feira (29) que o fundador da plataforma de mensagens Telegram, o multimilionário Pavel Durov, a quem a Justiça da França libertou ontem sob fiança, continua a ser cidadão russo e como tal tem direito à assistência consular do seu país de origem. “Durov ainda é cidadão russo e, quanto à obtenção da cidadania francesa, não sabemos nada aqui, não é da nossa conta”, disse o porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov, em sua coletiva de imprensa telefônica diária. Peskov acrescentou que Durov “tem tudo o que é necessário para organizar sua defesa jurídica”.
“É claro que o consideramos um cidadão da Rússia e, se necessário, da melhor maneira possível, estaremos prontos para lhe prestar assistência, como a qualquer cidadão da Rússia”, completou. O porta-voz evitou comentar o indiciamento de Durov, mas frisou que “o importante é que o que está acontecendo na França não se transforme em uma perseguição política”. “O presidente da França (Emmanuel Macron) negou qualquer vinculação política, mas por outro lado são apresentadas certas acusações”, comentou Peskov.
A Justiça francesa indiciou Durov por acusações que vão desde crimes de lavagem de capitais até cumplicidade na divulgação de imagens de pedofilia, e concordou com sua libertação sob vigilância policial e após o pagamento de uma fiança de 5 milhões de euros. A lista de crimes que lhe são atribuídos inclui cumplicidade na administração de uma plataforma online para permitir transações ilícitas por grupos do crime organizado, cumplicidade em fraudes e em tráfico. A isto soma-se, entre outras acusações, uma alegada responsabilidade do bilionário de origem russa pela divulgação de material de abuso sexual de menores no Telegram.
Durov também é acusado de não colaborar com a Justiça ao oferecer dados e informações sobre possíveis ações criminosas e acusações relacionadas ao funcionamento e criptografia da plataforma de mensagens. O indiciamento de Durov, de 39 anos, ocorreu após quatro dias de prisão provisória (o máximo legal tendo em conta as acusações pelas quais estava sendo investigado), após sua detenção no sábado passado no aeroporto privado de Le Bourget, perto de Paris.
Fonte: Jovem Pan.