O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta terça-feira (1º), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está inclinado a optar pela não permissão do uso do cartão do Bolsa Família para apostas esportivas, mas ponderou que o presidente irá ouvir seus ministros sobre o assunto.
A previsão é de que uma reunião ocorra na próxima quinta (3) para tratar desse e outros temas relacionados às bets.
Estarão presentes os ministros da Fazenda, do Desenvolvimento Social, da Saúde e do Esporte. O plano também é abordar no encontro o tópico da dependência psicológica nas apostas.
Questionado sobre o pleito de limitação do uso do Pix nos sites de aposta, Haddad afirmou que “tudo está sendo discutido para limitar” as formas de pagamento e “proteger as famílias”.
O ministro quer tratar do assunto pessoalmente com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
– Essa questão dos meios de pagamento nós vamos discutir com a própria Febraban, eu já falei com o presidente da Febraban Isaac Sidney por telefone, mas vou falar pessoalmente para a gente tomar uma decisão – respondeu o ministro, que chegou nesta terça a Brasília.
Perguntando ainda sobre o pedido da Caixa para operar no mercado de bets, Haddad apenas respondeu que há previsão em lei.
– A gente só está regulando o que está previsto em lei – disse.
BOLSA FAMÍLIA E APOSTAS
Parte dos recursos dos programas sociais está indo parar nas casas de apostas. Segundo nota técnica elaborada pelo Banco Central (BC), os beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets (empresas de apostas eletrônicas) via Pix em agosto.
Segundo a análise técnica do BC, cerca de 5 milhões de beneficiários de um total aproximado de 20 milhões fizeram apostas via Pix. O gasto médio ficou em R$ 100. Dos 5 milhões de apostadores, 70% são chefes de família e enviaram, apenas em agosto, R$ 2 bilhões às bets (67% do total de R$ 3 bilhões).
O relatório inclui tanto as apostas em eventos esportivos como jogos em cassinos virtuais.
*AE
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