O município de Escada, localizado na Mata Sul de Pernambuco, está no centro de uma nova polêmica envolvendo as finanças públicas. De acordo com dados recém-divulgados, a prefeita da cidade teria aumentado significativamente os gastos com contratos temporários nos meses que antecederam as eleições de 2024, o que levanta suspeitas sobre o uso da máquina pública para fins eleitorais.
Conforme levantamento, entre janeiro e março de 2024, a média mensal de despesas com contratações temporárias era de R$ 2,7 milhões, somando R$ 8 milhões nesse trimestre. No entanto, a partir de abril, logo após o período em que o sindicato dos professores (Sindprome) denunciou a omissão de informações ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), os gastos começaram a crescer de maneira substancial.
Em abril, as despesas subiram para R$ 2,9 milhões, e em maio ultrapassaram a marca dos R$ 3 milhões. Nos meses seguintes, esse valor continuou a aumentar, atingindo R$ 3,2 milhões em junho, julho, agosto e setembro. No total, as contratações temporárias entre abril e setembro somaram R$ 18,9 milhões, superando em R$ 2,5 milhões o valor que teria sido gasto caso a média de R$ 2,7 milhões tivesse sido mantida.
Para o Sindprome, essa disparada nos valores durante o período pré-eleitoral reforça a suspeita de que a prefeita pode ter utilizado as contratações temporárias como ferramenta para fortalecer sua campanha de reeleição. O sindicato argumenta que essas contratações podem ter sido realizadas sem atender ao real interesse público, configurando uma possível irregularidade administrativa.
“O que observamos é um aumento considerável das despesas com contratos temporários justamente no período que antecede as eleições. É fundamental que os órgãos de controle, como o TCE e o Ministério Público, investiguem se houve abuso de poder econômico ou uso da máquina pública para fins eleitorais”, afirma um representante do Sindprome.
A denúncia do sindicato foi feita em abril, quando já havia sinais de que as informações sobre os contratos temporários estavam sendo omitidas. Agora, com os dados disponíveis, a suspeita parece ganhar força. O Sindprome exige uma investigação profunda sobre o caso e cobra medidas dos órgãos fiscalizadores para garantir a transparência e o uso correto dos recursos públicos.
A Prefeitura de Escada, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre as acusações. Caso confirmadas as irregularidades, o caso poderá ter desdobramentos significativos, tanto para a gestão atual quanto para o processo eleitoral ocorrido na cidade.