Por Harlan de Albuquerque Gadelha Filho*
Conceitos e práticas políticas modificam-se ao longo da história das sociedades em diferentes épocas e situações, embora determinadas significações teóricas tendam a permanecer inalteradas no tempo.
O tema da corrupção é um desses que, no Brasil, tem se constituído como um permanente pano de fundo de nossa cena política. Houve suspeitas de corrupção nas cortes do Império, nos corredores do poder da República Velha, nos círculos políticos próximos a Getúlio Vargas, nas trilhas nem sempre transparentes da construção de Brasília e, como se sabe, esses murmúrios e acusações foram um dos principais pretextos utilizados pelas classes dominantes para desfechar o golpe militar de 1964. E as suspeitas posteriores a essa data?
A corrupção é tão antiga quanto a compra do direito de primogenitura por um prato de lentilhas ou secular como a entrega de um inocente à crucifixão por uma mochila de trinta denários.
Sou um dos que acreditam que a consciência cívica da cidadania é a única forma, senão de abolir, pelo menos de minimizar, em determinado momento histórico, os efeitos do suborno e da corrupção.
*É advogado, administrador de empresas e político brasileiro, ex-deputado federal constituinte de 1988 e presidente do Instituto Histórico, Arqueológico e Geográfico de Goiana., advogado, ex-deputado federal constituinte de 1988 e presidente do IHAGGO.