O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quinta-feira, 2, que o governo ucraniano considera adicionar mais países “à lista de parceiros confiáveis“, incluindo a Síria e o Líbano.
Zelensky, via X, escreveu que o seu governo está se preparando para “restaurar relações diplomáticas”:
“Este ano, podemos adicionar mais países à nossa lista de parceiros confiáveis, particularmente a Síria. Estamos nos preparando para restaurar as relações diplomáticas e a cooperação em organizações internacionais. Agradeço à nossa inteligência por estabelecer as bases de segurança para esses contatos“, afirmou.
O presidente afirmou ainda que Kiev pretende “aumentar o comércio” com o Líbano, em relação às exportações de produtos agrícolas;
“Atualmente, nossas exportações agrícolas para este país somam US$ 400 milhões, e pretendemos dobrar esse valor, no mínimo.“
Zelensky, que ainda chefia a Ucrânia na guerra contra a Rússia, destacou que as exportações cresceram 15% em 2024:
“Conseguir isso durante uma guerra em grande escala não é pouca coisa. Para 2025, nossa meta é continuar esse crescimento“, concluiu.
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Visita ao país
Zelensky destacou a visita de integrantes do Ministério das Relações Exteriores e da Política Agrária da Ucrânia à Síria e garantiu “todos os esforços” para a estabilização da região.
“A Ucrânia apoiará todos os esforços para estabilizar a Síria. Estabeleceremos o programa “Grain from Ukraine” para cooperar com a administração síria e todos os parceiros interessados. Engajaremos os europeus e a América para garantir o máximo de apoio.“
“Parceria estratégica”
O novo governo síria, liderado pelos rebeldes do Tahrir al-Sham (HTS), e integrantes da cúpula ucraniana reuniram-se no dia 30 de dezembro para darem início à retomada da “parceria“.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria, Asaad al-Shaibani, os países terão relações a nível político, econômico e social.
Já o comandante da mesma pasta pelo lado ucraniano, Andriy Sybiha, garantiu o envio de 500 toneladas de farinha já nos primeiros dias de 2025.
Em troca, Kiev assume que a nova liderança vai aderir ao direito internacional e reverter o reconhecimento da anexação russa dos territórios ucranianos, que foi levada a cabo sob o ditador deposto da Síria, al-Assad, o que viola o direito internacional.
Desde a queda do regime, os líderes do HTS tentam obter legitimidade entre os sírios e, sobretudo, entre os países europeus. Com isso, a parceria com a Ucrânia pode garantir ainda mais respaldo internacional ao novo governo.
Fonte: O Antagonista.