Em breve, Renée Zellweger estará de volta aos cinemas como Bridget Jones. O quarto filme da franquia, baseada na obra de Helen Fielding, tem estreia marcada no Brasil para 13 de fevereiro. Mas, enquanto ela não volta à telona, a atriz está na capa da edição britânica da “Vogue”, entrevistada pelo colega de elenco Hugh Grant.
Na entrevista, os dois conversam sobre fama, moda, o cinema atual, o intervalo de seis anos em que Zellweger ficou sem filmar e, é claro, Bridget Jones. Entre doses de uísque (a garrafa foi um presente dela para ele), ela afirma que o sucesso da personagem, que motivou um novo filme 25 anos após “O diário de Bridget Jones” está no fato de que as pessoas se reconhecem em Bridget.
“Ela é autêntica, nem sempre faz as coisas direito. Mas seja lá qual forem as suas imperfeições, ela segue alegre e otimista. Ela continua e triunfa a seu modo”, explica Zellweger na entrevista.
Questionada por Grant se o primeiro filme está ultrapassado hoje por causa da pressão pelo casamento e a magreza sofrida pela personagem, ela diz que o mundo mudou.
“A pressão era maior sobre nossas mães e reforçada pela sociedade. Eram preconceitos dos quais elas não podiam escapar. Você não tinha valor como mulher se não estivesse casada e com uma família em uma certa idade. Mas não acho que as mulheres da minha geração estejam passando isso para as filhas”, explicou.
Grant pergunta a ela se a relação entre os personagens dos dois – Bridget Jones e Daniel Clever – não seria um caso de assédio, já que ele era chefe dela.
“Acho que o RH tem regras sobre isso hoje, não é”, responde a atriz.
Seis anos sem filmar
Ao amigo, a atriz revela porque ficou seis anos sem filmar. Seu último longa foi “Judy”, a cinebiografia de Judy Garland que valeu a Zellweger o Oscar de Melhor Atriz em 2020.
“Porque eu precisava. Estava farta do som da minha própria voz. Quando trabalhava, eu pensava assim: “Ouça a si mesma. Está triste de novo, Renée? Essa é a sua voz louca?” Era uma regusgitação das mesmas experiências emocionais.”
Durante o hiato na carreira, Zellweger escreveu música e estudou direito internacional. Ela conta que também construiu uma casa, resgatou dois cachorros, fundou uma produtoras, se envolveu em campanhas e passou muito tempo com a família, os afilhados e dirigindo pelos EUA com os cachorros.
“Eu fiquei saudável”, disse ela na entrevista.
A atriz revela não ter perfis no Instagram ou no Twitter. Quem não lê críticas dos filmes nem a bilheteria. Para ela, quando as filmagens acabam, o trabalho está feito. “Não é da minha conta”, disse.
Questionada se ela escolheria ser atriz hoje, caso tivesse 18 anos, Zellweger hesita:
“Existia um limite entre celebridade e arte. O limite está cada vez mais ambíguo. Notório, famoso e conhecido são a mesma coisa agora. Você era conhecido porque tinha feito alguma coisa sobre a qual era importante saber.”
Fonte: Folha de Pernambuco.