O embaixador de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, deu nesta terça-feira (28) à Agência de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) 48 horas para se retirar de suas instalações em Jerusalém, de acordo com uma lei que proíbe a agência de prestar serviços no território do país.
– A UNRWA terá que cessar suas operações e sair de todas as instalações onde opera em Jerusalém, incluindo as propriedades localizadas em Ma’alot Dafna (em Jerusalém Oriental) e Kfar Aqueb – advertiu Danon, em entrevista coletiva antes de uma reunião do Conselho de Segurança para tratar sobre a agência.
O embaixador lembrou que a agência é proibida por lei de operar “dentro do território soberano do Estado de Israel”, de ter contato com funcionários israelenses e de manter “qualquer serviço ou atividade de escritório de representação dentro do território” do país.
Israel, que deu à agência até 30 de janeiro para desocupar seus escritórios em Jerusalém Oriental, “encerrará toda colaboração, comunicação e contato com a ONU ou com qualquer pessoa que atue em seu nome”, acrescentou.
A lei a que Danon se refere foi aprovada no ano passado e proíbe a UNRWA de prestar serviços em território israelense, incluindo Jerusalém Oriental, que abriga mais de 300 mil palestinos que não gozam dos mesmos direitos que outros cidadãos israelenses (eles não podem votar, por exemplo, em eleições nacionais).
A agência emprega cerca de 30 mil pessoas e é responsável por realizar algumas das tarefas de um Estado (como fornecer serviços de saúde e educação) para os palestinos que foram deslocados após a criação do Estado de Israel e seus descendentes, tanto na Faixa de Gaza e Cisjordânia quanto em Líbano, Síria e Jordânia.
Israel acusa a UNRWA de ter ligações com o Hamas, embora até agora tenha apresentado provas com esse objetivo apenas contra alguns funcionários.
A ONU repetiu em diversas ocasiões que os serviços prestados pela UNRWA são insubstituíveis, porque nenhuma agência ou ONG tem a logística, o pessoal e a capacidade para realizá-los, ao contrário do que alega o governo israelense.
*EFE
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