As universidades de Oxford e Cambridge, na Inglaterra, receberam autorização para adotar novos formatos de avaliação e reduzir a desigualdade de notas entre alunos de diferentes origens sociais e étnicas. A mudança, que pode substituir provas tradicionais por testes com consulta e trabalhos domiciliares, foi aprovada pelo órgão regulador Office for Students (OFS).
A medida faz parte dos Planos de Acesso e Participação (APPs), que as universidades devem divulgar anualmente. O objetivo é apoiar estudantes de baixa renda e grupos minoritários, aumentando suas chances de obter boas notas.
O documento da Universidade de Oxford afirma que um sistema de avaliação mais inclusivo pode beneficiar alunos de “contextos socioeconômicos mais baixos”. Já a Universidade de Cambridge aponta que práticas atuais de avaliação contribuem para diferenças nas notas de estudantes negros e britânicos de origem bengali.
Pesquisadores de Cambridge também destacam que provas tradicionais podem ser “ameaças à autoestima” dos alunos. Dados do OFS mostram que há uma diferença de 11% nas notas entre alunos privilegiados e desfavorecidos, além de um intervalo de 22% entre estudantes brancos e negros.
A proposta, no entanto, enfrenta críticas. O parlamentar conservador Richard Holden chamou a mudança de “reação precipitada” e disse que pode comprometer o rigor acadêmico. O ex-ministro da Educação Sir John Hayes afirmou que a medida é “insultante” para estudantes de minorias.
Outras universidades do grupo Russell, incluindo King’s College London, também estudam reformular seus sistemas de avaliação, buscando maior equidade sem abandonar completamente os exames tradicionais.
Um porta-voz do OFS defendeu os testes alternativos, desde que continuem sendo “robustos e confiáveis” para medir o desempenho dos alunos. As informações são do Telegraph.
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