À espera da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) no inquérito que investiga a tentativa de golpe de estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, o ex-presidente deve ir nesta terça-feira (18) ao Senado.
Segundo Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, o objetivo é alinhar estratégias sobre pautas da oposição. Em conversa com o blog, o senador disse que Bolsonaro vai ser a “voz” da anistia aos envolvidos com os atentados de 8 de janeiro – pauta também vista por aliados como um caminho para reverter a inelegibilidade de Bolsonaro –, além de manifestações contra o governo Lula (PT).
O inquérito do golpe foi concluído pela Polícia Federal em novembro de 2024 e enviado, no mesmo mês, para a Procuradoria Geral da República (PGR). Bolsonaro e outras 39 pessoas foram indiciadas pelos crimes de abolição de estado democrático de direito, organização criminosa e tentativa de golpe de estado.
Cabe, agora, à PGR decidir se denuncia ou não os indiciados. Como o blog mostrou na semana passada, a expectativa no entorno de Bolsonaro é que o ex-presidente e seus principais auxiliares sejam denunciados e que isso aconteça antes do carnaval.
Ao blog, Flávio diz que a provável denúncia no caso do golpe “é um absurdo” e fortalecerá a versão de Bolsonaro é alvo de uma perseguição e a pauta da anistia – o PL discute um projeto para livrar os envolvidos no 8 de janeiro dos crimes de golpe de estado e abolição violenta do estado democrático de direito, os mesmos atribuídos pela PF ao ex-presidente.
“Isso [a denúncia] vai criar um clima de unidade e apoio popular”, afirma o senador.
Mudança na Ficha Limpa
Bolsonaro também deve discutir com senadores a mudança na Lei da Ficha Limpa para reduzir o tempo em que um político condenado fica inelegível.
Atualmente, esse período é de 8 anos, mas a oposição quer reduzi-lo para 2 – o que abriria caminho para Bolsonaro disputar a eleição de 2026. Hoje, ele está inelegível até 2030 em razão de condenações na Justiça Eleitoral.
A tese – à qual o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já se mostrou favorável – é rechaçada por ministros do STF, como o blogmostrou.
A mudança é descrita por Flávio como “um caminho para a anistia”, mas que ainda é cedo para dizer qual projeto vai “recolocar” Bolsonaro “no jogo”.
Fonte: *Por Andréia Sadi – G1.