Líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco, a deputada estadual Socorro Pimentel (União) denunciou, na última segunda-feira (17), que foi vítima de violência política de gênero por parte da bancada do União Brasil na Casa. Além disso, a parlamentar ainda questionou o uso da Alepe para a antecipação da campanha ao Governo do Estado de 2026 nas indicações para as comissões.
“Sinto-me desrespeitada. Não apenas pela minha competência, mas também por ser a única mulher da bancada do União Brasil. Gestos pequenos foram a regra. Minha trajetória pública e o meu compromisso com esta Casa e com o povo pernambucano foram desconsiderados de maneira descabida. É preciso reconhecer que, infelizmente, o que vivemos hoje não é um caso isolado, mas sim uma realidade enfrentada por muitas mulheres na política”, protestou.
“A violência política de gênero é uma realidade. Quando uma mulher é desrespeitada, desconsiderada ou retirada de espaços de poder, estamos diante de uma manifestação clara de violência política de gênero. […] As mulheres podem estar presentes de forma igualitária nos espaços de decisão. Esse tipo de violência não se dá apenas através de agressões físicas ou verbais, mas na forma de exclusão. E foi o que aconteceu comigo nesses últimos dias”, completou Socorro.
A líder do governo disse ainda que foi invalidada e fez um apelo para que todos os deputados sejam tratados com respeito.
“Que ninguém use essa Casa de forma pequena, politiqueira, para transformar em um reduto eleitoral, antecipando uma campanha que só é em 2026”, destacou.
Racha no União Brasil
O discurso de Socorro expôs ainda mais o racha interno no União Brasil em Pernambuco e na bancada da Casa Joaquim Nabuco. Uma ala do partido defende uma aliança com a governadora Raquel Lyra. Entre eles estão a própria Socorro, que é líder do governo na Alepe. Do outro lado, capitaneado pelos Coelhos, outro grupo prefere marchar ao lado do prefeito do Recife, João Campos (PSB).
Por fim, após mudar de posição três vezes, a legenda decidiu marchar em posição de independência na Casa. Mas, a divisão permaneceu e, inclusive, impactou diretamente na eleição dos membros das principais comissões permanentes da Alepe.
Fonte: LeiaJá.