O deputado estadual Antonio Moraes foi o primeiro deputado governista a se pronunciar na segunda-feira (24) na Assembleia após o discurso do presidente Álvaro Porto que acusou a vice -governadora e o secretário da Casa Civil de interferência no legislativo durante a escolha dos membros e presidentes das comissões permanentes. ”Aqui se falou de interferência na Assembleia mas interferência mesmo teve o prefeito do Recife, o ex-presidente Bolsonaro, e outras figuras conhecidas em todo esse processo. Disso não se fala mas em 28 anos nesta casa eu nunca vi algo igual ao que aconteceu no episódio das comissões”.
Citou as mudanças ocorridas na formação das mesmas, “já fora do prazo”, e a decisão do presidente interino Rodrigo Farias de convocar eleições sem antes discutir com os partidos sobre a formação dos colegiados e marcar a votação para um sábado, dia que não tem expediente nesta casa como preconiza o Regimento Interno. Aqui não houve apenas o não cumprimento do Regimento. Houve um atropelamento do mesmo” – concluiu.
O segundo a se contrapor na tribuna foi o deputado João Paulo Silva, do PT, que voltou a lembrar “o fato da comissão de Justiça ter um presidente bolsonarista” para explicar que “ eu tinha razão quando falava que o PSB estava articulado com o PL e a prova está aí”. Sobre o atropelo no Orçamento lembrado por Moraes, ele afirmou que está “no 5.o mandato e nunca vi a casa compor comissões sem negociação. Foi a primeira vez.”
Ele, assim como Moraes, disse ainda que esperava que o episódio das comissões estivesse encerrado “mas como, infelizmente, pelo visto, não está, eu não podia deixar de dar minha opinião para falar do que aconteceu”. Por último, João Paulo apelou para que os deputados fizessem uma reflexão e que a celeuma fosse encerrada.
Em defesa da governadora e da vice falaram ainda os governistas Wanderson Florêncio, que atacou a gestão do PSB dizendo que Raquel “pelo que está fazendo por este estado está anos luz à frente do ex-governador Paulo Câmara”. A líder do governo, deputada Socorro Pimentel disse que o PSB “já montou o palanque de 2026 na Assembleia”. Os dois fizeram apartes ao pronunciamento do deputado Sileno Guedes, do PSB, que saiu em defesa do vice-presidente Rodrigo Farias, que dirigiu interinamente a Alepe na ausência do presidente Álvaro Porto. Em aparte a Sileno, o deputado Waldemar Borges pediu licença ao presidente Álvaro “para assinar embaixo o pronunciamento que o sr. fez hoje nesta casa defendendo a independência do legislativo”.
Fonte: Blog Dellas.