O governador da Califórnia, Gavin Newsom, admitiu que a participação de atletas trans em esportes femininos é “injusta”, mas continua permitindo a prática, gerando indignação entre escolas e famílias afetadas.
Nos últimos meses, escolas californianas tiveram diversos incidentes devido à presença de atletas trans em competições femininas, o que levou a protestos, punições disciplinares contra estudantes, ações judiciais e até desistências forçadas.
Nm dos casos ocorreu no Stone Ridge Christian School, em Merced, onde a equipe feminina de vôlei abriu mão de disputar um jogo eliminatório por conta da presença de uma atleta trans no time adversário.
A decisão encerrou a temporada da equipe, pois, segundo a escola, competir violaria seus princípios religiosos.
Em Riverside, no Martin Luther King High School, uma atleta trans na equipe feminina de cross-country resultou em um processo movido por duas estudantes e sanções contra alunos que protestaram vestindo camisetas com a frase “Salvem os esportes femininos”.
No distrito escolar de Jurupa, uma atleta trans do time de atletismo do Jurupa Valley High School dominou as competições de salto triplo, acirrando ainda mais o debate sobre a equidade no esporte.
Durante uma conversa com o comentarista político Charlie Kirk, Newsom reconheceu que a questão é “profundamente injusta”, mas defendeu a inclusão de atletas trans com base em fatores como saúde mental e bem-estar emocional.
Para pais e professores, a declaração soou como hipocrisia. “Ele admite que é injusto, mas permite que aconteça. Isso é fraco”, criticou Sonja Shaw, presidente do conselho escolar de Chino Valley, onde já houve denúncias de estudantes do sexo masculino utilizando vestiários femininos.
Professores também expressaram frustração com a falta de ação do governador. “Durante anos, Newsom impôs regras que obrigam as escolas a aceitar atletas trans em equipes femininas. Agora, ele finge que se importa com a injustiça?”, questionou um professor do distrito de Jurupa, que preferiu não se identificar.
A polêmica ocorre em meio à recusa do estado em seguir uma ordem executiva do presidente Donald Trump, assinada em fevereiro, que impede a participação de atletas trans em esportes femininos financiados pelo governo federal.
O descumprimento pode levar à perda de verbas para a educação na Califórnia. Além disso, a Federação Interscolegial da Califórnia (CIF) está sob investigação do Departamento de Educação dos EUA por possíveis violações ao Título IX, legislação que protege a equidade no ambiente escolar.
Atletas femininas também cobram uma posição mais firme de Newsom.
“Todo ano, há mais um homem competindo em esportes femininos e tomando nossas oportunidades. Ele sabe que isso é injusto, mas não faz nada”, disse Amber French, nadadora da California Baptist University.
O governo da Califórnia e a CIF ainda não se manifestaram oficialmente sobre as críticas.
Fonte: O Antagonista (*Por Alexandre Borges).