A importância das informações provenientes dos serviços de inteligência dos Estados Unidos para a Ucrânia se torna cada vez mais evidente no contexto do conflito em curso.
Recentemente, os EUA decidiram encerrar o canal de comunicação que permitia o repasse de dados estratégicos à nação ucraniana, uma medida que aparentemente inclui também fornecedores privados.
A suspensão do auxílio militar pelos EUA foi acompanhada pela interrupção da transferência de informações confidenciais vitais para a Ucrânia, notícia que emergiu no meio da semana.
Junto a isso, a empresa norte-americana Maxar Technologies suspendeu o acesso da Ucrânia às suas imagens de satélite.
Segundo o blog militar ucraniano “Militarnyi”, essa decisão foi tomada “a pedido da administração”, referindo-se ao governo dos EUA.
Maxar é reconhecida como um fornecedor fundamental de imagens comerciais para rastreamento de movimentações militares russas e planejamento estratégico nas áreas ocupadas.
Chantagem
John Brennan, ex-diretor da CIA, qualificou a interrupção do fornecimento de informações como uma forma de chantagem e advertiu sobre as consequências devastadoras dessa decisão.
Em suas palavras, esta situação é sem precedentes em seus quase 35 anos de experiência na área de inteligência.
Brennan enfatizou que essa condição poderia ser desastrosa no campo de batalha se mantida por muito tempo e ressaltou que a Europa não conseguiria compensar a perda dessas informações vitais.
França
O Ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, confirmou em entrevista à “France Inter” que a interrupção americana ocorreu na tarde de quarta-feira, 5 de março, e envolveu dados obtidos através da vigilância por satélite.
Contudo, ele assegurou que os serviços de inteligência franceses ainda possuem capacidades próprias de reconhecimento e continuarão a compartilhar seus resultados com as autoridades ucranianas.
Reino Unido
O Reino Unido, por sua vez, mantém seu compromisso de fornecer informações de inteligência à Ucrânia.
Entretanto, segundo o “Guardian”, essa assistência não consegue compensar completamente a falta de dados americanos. A ausência desse suporte pode prejudicar significativamente a capacidade das forças ucranianas de identificar e atacar alvos russos.
Além disso, o jornal britânico “Daily Mail” já havia noticiado que os EUA impuseram restrições ao Reino Unido quanto à divulgação dessas informações aos ucranianos.
A proibição afeta entidades como o centro de comunicações do governo britânico e os serviços de inteligência do Ministério da Defesa.
Retomada no futuro?
A expectativa agora gira em torno da possibilidade de reintegração do apoio interrompido.
O diretor da CIA, John Ratcliffe, confirmou a suspensão temporária das informações na quarta-feira, mas expressou otimismo sobre uma possível retomada no futuro.
Mike Waltz, conselheiro de segurança nacional do ex-presidente Donald Trump, mencionou em entrevista à Fox News que se houver progresso nas negociações para um cessar-fogo na Ucrânia, o presidente poderá considerar reverter essa pausa.
Durante um discurso no Congresso na terça-feira à noite, Donald Trump alegou que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky estaria pronto para iniciar negociações sobre um cessar-fogo com a Rússia e expressou interesse em assinar um acordo de recursos com os EUA.
Zelensky também anunciou preparativos para uma nova reunião com representantes americanos, sugerindo que a pressão exercida está começando a produzir resultados.
Fonte: O Antagonista.