O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 12, que o governo Lula não pretende retaliar as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o aço e o alumínio brasileiros.
“Não vamos proceder dessa forma seguindo as instruções do presidente”, disse Haddad a jornalistas.
Segundo o ministro, o país deve ter “grande calma” nas negociações.
“Já negociamos em condições mais desfavoráveis do que essas”, afirmou após conversa com representantes da indústria siderúrgica em Brasília.
Para Haddad, os EUA “só têm a perder” com as tarifas.
A Casa Branca informou que as taxas começaram a vigorar nesta quarta, 12.
O Brasil é um dos principais exportadores de aço e alumínio para os americanos.
Entidade brasileira se preocupa
O Instituto Aço Brasil, entidade que representa as empresas brasileiras produtoras de aço, afirmou que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifar em 25% as importações de aço e o alumínio, “não será benéfica“ para os dois países.
De acordo com o instituto a parceria firmada por Trump e o Brasil, durante o seu primeiro mandato, garantia aos EUA a importação anual de significativa parcela do produto.
“Os Estados Unidos importaram, em 2024, 5,6 milhões de toneladas de placar por não dispor de oferta suficiente para a demanda do produto em seu mercado interno, das quais, 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil”, diz trecho.
Para o Aço Brasil, os Estados Unidos são o país beneficiado no acordo comercial, obtendo superávit médio de US$ 6 bilhões.
“Considerando, especificamente, o comércio dos principais itens da cadeia do aço– carvão, aço e máquinas e equipamentos – Estados Unidos e Brasil detêm uma corrente de comércio de US$ 7,6 bilhões, sendo os Estados Unidos superavitários em US$ 3 bilhões”.
Fonte: O Antagonista./Foto: Marcelo Camargo-Agência Brasil.