O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou, neste fim de semana, ocupações em áreas localizadas nos municípios de Águas Belas, Riacho das Almas, Altinho e Petrolina, em Pernambuco. As ações fazem parte da jornada nacional “Abril de Lutas”, promovida anualmente pelo movimento em memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996, quando 21 agricultores foram mortos pela Polícia Militar. Neste ano, a mobilização tem como lema “Ocupar o Brasil para Alimentar” e deve se estender até o dia 17 de abril.
De acordo com o MST, aproximadamente mil famílias participaram da ocupação da fazenda CopaFruit, em Petrolina, no Sertão do São Francisco. A ação foi registrada em vídeo publicado nas redes sociais do movimento, onde o professor e técnico agropecuário Florisvaldo Araújo destacou a importância da reforma agrária no combate à fome. “Nesta manhã de domingo, seis de abril, estamos ocupando mais um latifúndio improdutivo aqui em Petrolina, na regional Vale do São Francisco. Esse é um momento importante para a gente apontar para o que deve ser os nossos principais desafios daqui para a frente. Um deles é acabar com a fome nesse país. Só é possível acabar com a fome produzindo alimentos e a reforma agrária tem um papel fundamental nesse processo”, afirmou.
No Agreste do estado, as ocupações ocorreram nas fazendas Galdino, em Riacho das Almas, Barra da Ribeira, em Águas Belas, e Mandioca, em Altinho. Segundo o MST, essas ações têm como objetivo denunciar a improdutividade das propriedades e reivindicar a desapropriação imediata das terras. “A ocupação realizada pelas famílias Sem Terra denuncia a improdutividade da propriedade. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) defende a imediata desapropriação da área, com o objetivo de transformá-la em um território produtivo, gerador de trabalho, renda e alimento saudável”, afirmou o movimento em publicação nas redes sociais.
As ocupações fazem parte de uma estratégia nacional que visa pressionar o governo por políticas públicas de reforma agrária e produção de alimentos saudáveis, em um momento em que a insegurança alimentar atinge milhões de brasileiros.
*Com informações do Diário de Pernambuco