Mais de 10.000 indígenas se reuniram nesta segunda-feira (28) em uma universidade pública de Bogotá, onde aguardavam a chegada de mais comunidades originárias para apoiar as marchas de 1º de maio convocadas pelo governo em defesa de suas reformas de esquerda.
Dentro de alguns prédios e no campus estudantil, indígenas se organizam em barracas e abrigos improvisados feitos de lonas plásticas, onde passam a noite desde o fim de semana. Vários caminhões cheios de pessoas fizeram fila pela manhã para entrar nas instalações.
“Até o momento, não houve incidentes ou violência dentro da Universidade Nacional”, disse o secretário de Governo da prefeitura de Bogotá. Segundo a autoridade local, atualmente há cerca de 11.000 indígenas na maior universidade pública do país, mas “vão chegar mais”.
Faltando pouco mais de um ano para o fim do mandato, o presidente Gustavo Petro pediu apoio aos seus projetos rejeitados pelo Congresso durante as marchas do Dia Internacional do Trabalho.
O primeiro governo de esquerda na história do país chegou ao poder em 2022 com um conjunto ambicioso de iniciativas, mas só conseguiu implementar uma reforma previdenciária e outra tributária.
Impedido por lei de se reeleger, o presidente anunciou uma consulta popular com doze perguntas sobre a expansão dos direitos trabalhistas e de saúde.
Mais de 157 veículos com cerca de 5.500 indígenas entraram na capital desde o fim de semana, e cerca de 180 ônibus adicionais estão a caminho, de acordo com a polícia.
Alguns senadores da oposição e professores da Universidade Nacional reclamaram da ocupação do campus, embora a instituição tenha negado qualquer dano.
“Rejeitamos a instrumentalização da situação (…), assim como a estigmatização das comunidades indígenas”, disse a universidade em um comunicado.
Os povos indígenas apoiam Petro desde sua campanha presidencial. A ministra do Meio Ambiente, a embaixadora na ONU e outras autoridades de seu governo são de comunidades originárias, que representam 4,4% dos 50 milhões de habitantes da Colômbia.
Fonte: Folha de Pernambuco./Foto: AFP.