A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, esteve nesta segunda-feira (19) em Brasília para uma reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, com o objetivo de acelerar parcerias entre o Estado e o Governo Federal, especialmente nas áreas de abastecimento de água e infraestrutura hídrica. Na pauta, estiveram a Adutora do Agreste, o Projeto de Integração do São Francisco (PISF) e a conclusão das obras da Barragem de Igarapeba, localizada no município de São Benedito do Sul.
De acordo com Raquel Lyra, o encontro foi uma tentativa de garantir recursos e apoio técnico para obras que são fundamentais à vida de milhares de pernambucanos. “O acesso à água é um direito fundamental e uma prioridade do nosso governo, e viemos buscar apoio e agilidade para garantir que as ações estruturantes saiam do papel e cheguem a quem mais precisa”, afirmou a gestora. A reunião contou também com a presença de membros da Casa Civil e técnicos do Ministério.
A governadora reforçou o pedido de liberação imediata de verbas para finalizar a primeira etapa da Adutora do Agreste, que já beneficia aproximadamente 800 mil pessoas, além de solicitar a ampliação da Operação Carro-Pipa. A previsão de uma estiagem ainda mais severa em 2025 preocupa, e o reforço na distribuição emergencial de água torna-se essencial para prevenir uma crise ainda maior no Agreste e em outras regiões que convivem com a seca crônica.
No entanto, apesar da importância das reuniões e dos projetos apresentados, é preciso reconhecer que a realidade nos municípios pernambucanos exige mais que boas intenções e planos promissores. Enquanto se discute em Brasília, comunidades inteiras seguem enfrentando torneiras secas, reservatórios vazios e caminhões-pipa que demoram a chegar — quando chegam.
A verdade é que Pernambuco, com sua longa história de estiagens e escassez hídrica, já deveria ter soluções definitivas em andamento. A lentidão na conclusão de obras como a Adutora do Agreste e as barragens, como a de Igarapeba, revela não apenas falhas na articulação entre os entes federativos, mas também a urgência de uma gestão mais ágil, que enfrente o problema com o foco onde ele realmente está: na vida das pessoas.
A população não pode continuar como refém da burocracia. Água não pode ser luxo nem promessa de campanha. Precisa ser realidade diária, garantida por políticas públicas firmes, transparentes e bem executadas. Que o encontro em Brasília renda frutos concretos, porque o povo do sertão, do agreste e da zona da mata já esperou demais.
Foto: Hesíodo Góes/Secom.