O Senado Federal firmou um contrato estimado em mais de R$ 80 milhões para alugar 79 SUVs Chevrolet Equinox zero quilômetro e uma minivan pelo período de cinco anos. O pacote inclui combustível, manutenção, limpeza, seguro, taxas e impostos da frota destinada ao transporte de senadores e da alta direção da Casa no Distrito Federal.
No processo de contratação, a Mesa Diretora justificou que veículos novos, grandes e uniformizados garantem segurança, eficiência logística e imagem institucional adequada. A explicação, porém, não conteve questionamentos de especialistas em contas públicas e de organizações da sociedade civil, que veem a medida como pouco sensível ao momento fiscal do país. Críticos lembram que a renovação de frota poderia ter sido feita com automóveis menos dispendiosos ou por meio de uso compartilhado, o que reduziria significativamente o custo final.
O episódio se soma a outro investimento recente: um contrato de R$ 90 milhões para uma agência de publicidade responsável por melhorar a imagem do Senado em mídias tradicionais e digitais. Para opositores desses gastos, a soma de mais de R$ 170 milhões evidencia uma desconexão entre prioridades institucionais e as demandas por contenção de despesas no setor público. Já defensores internos alegam que a comunicação é indispensável para transparência e prestação de contas, e que o aluguel — em vez de compra — evita depreciação patrimonial e custos de revenda.
Enquanto a contratação aguarda os trâmites finais, o tema deve seguir no centro do debate sobre a eficiência na gestão do dinheiro público e a responsabilidade fiscal das instituições federais.
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado.