A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (3) que está em Portugal e pretende solicitar afastamento do cargo. Segundo a parlamentar, a viagem à Europa tem como objetivo dar continuidade a um tratamento médico já iniciado anteriormente no continente.
Zambelli declarou que está fora do Brasil há alguns dias e que, ao pedir licença do mandato, deixará de receber salário, sendo substituída por seu suplente. A deputada informou ainda que pretende permanecer na Europa, onde possui cidadania.
A decisão da parlamentar ocorre após a Primeira Turma do STF tê-la condenado, por unanimidade, a uma pena de dez anos de prisão em regime fechado e ao pagamento de multa equivalente a dois mil salários mínimos. O tribunal concluiu que Zambelli teria ordenado ao hacker Walter Delgatti Neto a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o objetivo de falsificar documentos, como alvarás de soltura e mandados de prisão, incluindo um em nome do ministro Alexandre de Moraes. A deputada nega as acusações.
Além dessa condenação, Zambelli também responde a outro inquérito no STF, relacionado a porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. O julgamento foi suspenso em março, após pedido de vista do ministro Nunes Marques.
Nos últimos dias, a deputada anunciou que transferiu a administração de seus perfis nas redes sociais para sua mãe, Rita Zambelli, mencionando o risco de perder as contas caso sua inelegibilidade seja confirmada. Também divulgou a pré-candidatura de seu filho, João Zambelli. Em transmissão ao vivo, afirmou que sua saída do país não representa um abandono da política, mas uma forma de “resistir para continuar falando”.
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados.