Em meio a um evento voltado para o agronegócio, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), não escondeu sua satisfação com os dados da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (5), que revelam o momento mais delicado da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu terceiro mandato. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Caiado ironizou a queda nos índices do petista: “Tem coisa melhor do que ver o gráfico do Lula afundando e a gente subindo?”.
O governador goiano defendeu a pulverização de candidaturas à direita para a eleição presidencial de 2026, especialmente se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanecer inelegível. Para ele, a ausência de uma candidatura unificadora já no primeiro turno abriria espaço para que diferentes lideranças da direita se apresentem ao eleitorado. “Temos um pré-candidato que é amplamente conhecido, que é Jair Bolsonaro. Fora ele, todos nós temos um certo grau de reconhecimento. É natural que, sem Bolsonaro, cada um dispute seu espaço. Quem chegar ao segundo turno pode perfeitamente vencer”, argumentou.
A pesquisa em questão mostra uma retração no apoio a Lula em todos os segmentos, exceto entre seus eleitores mais fiéis. Em um eventual segundo turno contra Jair Bolsonaro, Lula aparece empatado com 41%. Em março, o petista liderava por 44% a 40%. O desempenho de Tarcísio também impressiona: ele aparece com 40%, apenas um ponto atrás de Lula, que marca 41%. No final de 2024, essa diferença era de 26 pontos percentuais.
Michelle Bolsonaro também reduziu a distância para o atual presidente. Em março, Lula tinha 44% contra 38% da ex-primeira-dama. Agora, a diferença caiu para apenas quatro pontos: 43% a 39%. Outros nomes da direita também demonstram crescimento. O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), aparece com 38% contra 40% de Lula — diferença bem menor do que os 42% a 35% registrados em março. Já Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, marcou 33%, enquanto Lula ficou com 43%, encurtando a margem que era de 17 pontos em janeiro.
O próprio Ronaldo Caiado registra crescimento expressivo: aparece com 33% contra 44% de Lula. Em dezembro passado, a diferença era muito mais ampla — 54% a 20%. Entre os nomes citados, o único que não mostrou evolução significativa foi o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que continua distante de Lula: 34% contra 44%.
O cenário traçado pela pesquisa aponta para um 2026 imprevisível, com um campo da direita mais fragmentado, porém competitivo, e um presidente em exercício que enfrenta crescente desgaste perante o eleitorado. A dança das porcentagens já começou, e com ela, as articulações e discursos que prometem acirrar ainda mais o tabuleiro político nacional.
Foto: Divulgação/ União Brasil.