O bilionário Elon Musk voltou aos holofotes nesta quinta-feira ao prever que os Estados Unidos entrarão em recessão no segundo semestre de 2025, atribuindo a possível crise ao aumento de tarifas promovido pelo governo de Donald Trump. A declaração foi feita em sua rede social X (antigo Twitter), onde Musk afirmou que as “tarifas de Trump causarão uma recessão”, intensificando o embate com o ex-presidente americano, que até recentemente contava com o apoio do empresário.
A tensão entre os dois se agravou após Musk acusar a administração Trump de ter elevado o déficit fiscal em até US$ 2,5 trilhões ao longo de dez anos, por meio de medidas que chamou de “Big Beautiful Bill” — referência irônica aos pacotes de gastos aprovados durante o governo republicano. “Projetos de lei de gastos gigantescos estão levando a América à falência! CHEGA”, escreveu Musk, em tom de ruptura com o ex-aliado.
Donald Trump reagiu às críticas diretamente do Salão Oval, reconhecendo o desgaste na relação com Musk. Disse ter tido uma “excelente relação” com o bilionário, mas demonstrou desapontamento com as recentes declarações. Segundo o presidente, o posicionamento de Musk está ligado à proposta do governo de eliminar os créditos fiscais para compradores de veículos elétricos — um setor que impacta diretamente os negócios da Tesla. “Ajudei o Elon demais. Estou muito desapontado”, declarou Trump, sem poupar ressentimento.
O confronto tomou proporções ainda mais explosivas quando Musk, em nova publicação, insinuou que Donald Trump estaria ligado aos arquivos do investidor Jeffrey Epstein, figura central em um escândalo internacional de exploração sexual de menores. “Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos”, escreveu Musk, sugerindo que informações comprometedoras estariam sendo mantidas em sigilo. Em tom desafiador, acrescentou: “Marque essa publicação para o futuro. A verdade aparecerá.”
O episódio marca uma virada na relação entre duas das figuras mais influentes do cenário político e empresarial dos Estados Unidos. Musk, que já manifestou apoio a pautas conservadoras, agora emerge como uma voz crítica ao trumpismo, sinalizando um possível reposicionamento no debate público. Já Trump, em plena campanha para retornar à presidência, se vê pressionado não apenas por adversários políticos, mas também por ex-aliados com grande alcance e poder de mobilização.
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