O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou publicamente seu apoio à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, após a Suprema Corte da Argentina manter a condenação por corrupção e autorizar sua prisão. Em publicação nas redes sociais nesta quarta-feira (12), Lula relatou ter conversado por telefone com a líder peronista e destacou a postura “serena e determinada” com que ela estaria enfrentando o momento delicado.
“Manifestei toda a minha solidariedade. Falei da importância de que se mantenha firme neste momento difícil”, escreveu Lula no X (antigo Twitter). “Notei, com satisfação, a maneira serena e determinada com que Cristina encara essa situação adversa e o quanto está determinada a seguir lutando.”
Cristina Kirchner foi condenada a seis anos de prisão por fraudes em contratos de obras públicas na província de Santa Cruz, seu reduto político. A investigação apontou um esquema de superfaturamento e favorecimento em licitações durante os anos em que ocupou a presidência do país, entre 2007 e 2015. Com a decisão do mais alto tribunal argentino, Cristina pode ser presa a qualquer momento, embora tenha direito a solicitar prisão domiciliar devido à idade.
O apoio de Lula repercutiu entre aliados. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, também saiu em defesa da ex-presidente argentina. Para ele, a condenação é fruto de perseguição política e se insere num contexto de “lawfare” — termo utilizado para descrever o uso do sistema judicial como ferramenta de combate político. “Perseguida política e judicialmente, num caso claro de prática de lawfare”, afirmou.
A solidariedade de Lula reacende o debate sobre as relações entre lideranças progressistas da América Latina e o uso da Justiça em disputas políticas. Nos bastidores, o gesto do presidente brasileiro também é lido como uma forma de reafirmar laços históricos com o kirchnerismo e reforçar sua crítica ao que considera judicializações seletivas que afetam líderes de esquerda no continente.
Enquanto Cristina Kirchner denuncia perseguição e questiona a imparcialidade dos magistrados que a condenaram, a Argentina assiste a uma escalada de tensão política que pode influenciar diretamente os rumos do país nos próximos meses.
*Com informações da Agência AE