O Japão executou nesta terça-feira (26) o homem popularmente conhecido como “assassino de Akihabara”, que em 2008 matou sete pessoas e deixou outras dez feridas no movimentado centro comercial tecnológico de Tóquio, conforme informou o Ministério da Justiça. Tomohiro Kato, de 39 anos, foi condenado à morte por atropelar e matar três pedestres com um caminhão, antes de sair do veículo e esfaquear outras quatro pessoas em Akihabara.
Ele foi executado na forca, como estabelece a lei japonesa, no centro de detenção em Tóquio onde estava recluso. A informação foi detalhada pelo ministro da Justiça japonês, Yoshihisa Furukawa, em entrevista coletiva.
Furukawa disse que Kato atacou “indiscriminadamente, deixando sete pessoas mortas após uma exaustiva preparação” em um caso “cruel” que “influenciou a sociedade” japonesa.
O incidente, também conhecido como “massacre de Akihabara”, ocorreu em 8 de junho de 2008, quando Kato dirigiu um caminhão para Akihabara em uma manhã de domingo e atingiu a multidão na rua principal, que estava fechada para o trânsito naquele dia.
Depois de atropelar cinco pessoas – três delas morreram -, Kato saiu do caminhão e esfaqueou uma dúzia de pedestres, causando quatro mortes. O crime chocou o Japão, que proibiu a área para pedestres aos domingos até 2011, e é também um dos incidentes mais recordados internacionalmente.
Kato foi condenado à morte em 2011 e em 2015 o processo foi finalmente encerrado com a Suprema Corte do Japão, rejeitando o último recurso possível da defesa, que alegou que o acusado não estava em pleno controle das suas faculdades mentais na altura dos acontecimentos, devido a estresse psicológico grave.
A nova execução ocorre após as realizadas em dezembro do ano passado, quando três prisioneiros foram executados por homicídio nas primeiras execuções do país em dois anos. Além disso, essa é a segunda execução da pena de morte desde que o primeiro-ministro, Fumio Kishida, tomou posse em outubro de 2021.
O Japão é, juntamente com os Estados Unidos, o único país democrático e industrializado que ainda impõe a pena de morte, uma prática criticada por organizações como a Anistia Internacional.
Furukawa defendeu a independência jurídica do Japão e o fato de as pesquisas governamentais mostrarem que “a maioria do povo japonês é a favor da pena de morte em casos cruéis, onde não se pode excluir a possibilidade de uma execução”.
Existem atualmente 106 prisioneiros no corredor da morte do Japão à espera da execução das suas sentenças, de acordo com os últimos números divulgados pelo Ministério da Justiça.
*EFE