Nesta quinta-feira (11), a farmacêutica Johnson & Johnson anunciou que suspenderá, em 2023, a venda do seu talco para bebês em todo o mundo. A medida será colocada em prática dois anos depois de a empresa ter suspendido as vendas nos Estados Unidos e no Canadá por se ver abalada por milhares de denúncias sobre a segurança do produto.
Em uma breve nota, a empresa disse que tomou a “decisão comercial” de substituir o talco por amido de milho, neste produto infantil, depois de receber cerca de 38 mil ações judiciais vinculando seu uso de longo prazo ao desenvolvimento de câncer, embora continue negando que isso seja a causa.
No final de 2018, surgiram informações indicando que a J&J sabia há décadas que seu pó de talco continha asbesto, mineral com composição e características semelhantes às do amianto e com efeitos nocivos à saúde.
Desde então, a J&J enfrentou milhares de processos acusando a fabricante de ter contribuído para o desenvolvimento do câncer de ovário nas consumidoras, algo que a empresa nega e que a cada ano a leva a gastar milhões de dólares em litígios.
– Nossa posição sobre a segurança de nosso pó cosmético permanece inalterada. Apoiamos fortemente as décadas de análise científica por médicos especialistas em todo o mundo, confirmando que o pó de talco para bebês da Johnson é seguro, não contém asbestos e não causa câncer – garantiu a farmacêutica.
A empresa enfrenta outros problemas legais nos EUA e concordou no início deste ano em pagar milhões de dólares a vários estados, juntamente com outros grandes distribuidores de medicamentos, por sua responsabilidade na crise dos opioides.
*EFE