O papa emérito Bento XVI está sendo acusado de ter acobertado um padre suspeito de abusar sexualmente de menores de idade entre as décadas de 70 e 90.
De acordo com o jornal alemão Die Zeit, o padre Peter H. estaria envolvido em pelo menos 23 casos de violência sexual entre 1973 e 1996, e o fato seria do conhecimento do então arcebispo Joseph Ratzinger, nome de batismo de Bento.
Na época dos acontecimentos, de acordo com a publicação, Ratzinger era arcebispo de Munique-Freising, na Alemanha, e o padre suspeito foi transferido, em 1980, da diocese de Essen para a área então comandada pelo hoje papa emérito.
De acordo com o Die Zeit, mesmo ao terem conhecimento das acusações contra o padre, os superiores hierárquicos de Peter H. não as esclareceram; eles apenas obrigaram o sacerdote a fazer terapia psicológica. A prática criminosa teria sido cometida contra menores entre 8 e 16 anos de idade.
Segundo um decreto extrajudicial do Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Munique e Freising, de 2016, ao qual o jornal teve acesso, Bento XVI e a cúpula da Igreja Católica na Alemanha “renunciaram deliberadamente à punição do crime”.
Sobre o caso, Georg Gänswein, secretário particular do papa emérito, afirmou ao Die Zeit que Bento XVI nada sabia sobre a história.