Os Estados Unidos detectaram um balão espião da China que está sobrevoando seu território em grande altitude e que “não representa risco militar ou físico” para ninguém na superfície.
O porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, especificou em comunicado que os EUA estão acompanhando “de perto” os movimentos do balão, que viaja a uma altitude superior à do tráfego aéreo comercial.
Segundo Ryder, “assim que o balão foi detectado, o governo dos EUA agiu imediatamente para se proteger contra a coleta de informações sensíveis” por parte da China. Ele lembrou que não é a primeira vez que as autoridades detectam um aparelho desse tipo nos últimos anos.
Por sua vez, um oficial de Defesa de alto escalão afirmou, em uma conversa por telefone com repórteres, que acredita-se que o dispositivo pertence à China e que o presidente dos EUA, Joe Biden, foi informado sobre a situação.
De fato, o presidente perguntou sobre possíveis “opções” aos militares americanos, enquanto o secretário de Defesa, Lloyd Austin, se reuniu com a liderança do Pentágono, apesar de estar em viagem pelas Filipinas.
Tanto o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Mark Milley, quanto o líder do Comando do Norte, general Glen VanHerck, recomendaram fortemente “não tomar nenhuma ação cinética” devido ao risco que poderia representar para pessoas na superfície, devido à possível queda de destroços do balão.
Nesse sentido, a fonte da Defesa americana explicou que o dispositivo é “grande o suficiente” para causar danos se for derrubado.
O oficial detalhou que na quarta-feira (1º) avaliaram a opção de abatê-lo em uma área pouco povoada de Montana, mas acabaram optando por não arriscar.
A fonte da Defesa esclareceu ainda que esse dispositivo “tem um valor adicional limitado” no que diz respeito à coleta de material de inteligência.
O anúncio ocorre antes do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, iniciar uma visita de dois dias à China no domingo, a primeira viagem de um chefe da diplomacia americana ao país asiático desde 2018.
O responsável da Defesa afirmou que, após a detecção do balão, têm estado em contato com representantes chineses por intermédio de vários canais, como as respectivas embaixadas da China e dos Estados Unidos em Washington e Pequim.
A fonte disse ter transmitido “a seriedade com que encaramos este assunto”. Ryder acrescentou que os EUA “farão o que for necessário para proteger seu povo e seu território”.
*EFE
Alexandre Almeida é jornalista profissional (DRT 7742/PE) e editor do portal Radar Político365. Possui experiência como ex-consultor de políticas públicas de juventude para a UNESCO e IBICT, além de ter atuado como assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
