Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), sabia que as joias recebidas pelo governo do ex-presidente em viagens ao exterior eram de interesse público. A Polícia Federal investiga um possível esquema de venda ilegal desses itens de luxo.
A informação foi revelada pela jornalista Juliana Dal Paiva, do UOL, e confirmada pelo blog da Andréia Sadi. Mensagens de texto e imagens obtidas por investigadores no celular de Mauro Cid indicam que o ex-ajudante de ordens estava ciente da Lei 8.394 que determina que, em caso de venda de itens similares, a União terá preferência.
O advogado Fabio Wajngarten confirma as mensagens em sua integralidade. E diz que o conteúdo demonstra que, àquela altura, ele desconhecia o Rolex – pois tratavam do kit rosé. Além disso, a defesa de Bolsonaro vai entregar às autoridades a íntegra das mensagens de Cid com Wajngarten.
As conversas obtidas pela PF aconteceram entre Mauro Cid, Marcelo da Silva Vieira, ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República (setor responsável por gerir o acervo de presentes) e Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro durante o mandato.
Para a PF, as mensagens deixam claro que “além da existência de um esquema de peculato (desvio de recursos públicos)”, Câmara e Cid tinham “plena ciência das restrições legais da venda dos bens no exterior”. A defesa de Bolsonaro, repetidamente, afirma que os itens eram privados e pertenciam ao ex-presidente, que acumula contradições sobre o caso das joias.