Duas famílias que seriam resgatadas de Gaza e repatriadas no Brasil desistiram de deixar o território palestino por motivos financeiros. Eles apontam que o apoio brasileiro cobre somente o transporte até o país, e que não haverá ajuda de custo depois de suas chegadas.
– Não há ajuda financeira. Eu perguntei ao embaixador [Alessandro Candeas, representante do Brasil na Palestina] para tentar ajudar a cobrir o custo do período de hospedagem no Brasil, assim como o custo de retornar a Gaza, porque, você sabe, Gaza, assim como a Palestina, é nossa casa. E assim que a situação normalizar, precisamos voltar para casa – declarou Mohammad Farahat à GloboNews.
Farahat é pai de quatro filhos, entre 11 e 18 anos. Sua esposa e crianças têm cidadania brasileira. Atualmente, ele está na casa de parentes tentando se proteger dos bombardeios.
– As pessoas aqui começaram pela segurança, pela casa. Então todas as pessoas aqui pensam como garantir segurança, depois podem procurar por comida, água, etc – acrescentou.
O embaixador Alessandro Candeas disse que está analisando a possibilidade de oferecer acolhimento em São Paulo. Farahat disse que caso receba ajuda, ele e sua família devem vir para o Brasil.
No total, a lista de repatriação conta com 26 inscritos, a maioria deles mulheres e crianças. Eles devem deixar a Palestina por meio da fronteira com o Egito, na passagem de Rafah. Lá, embarcarão no avião presidencial cedido pelo Planalto.
A aeronave decolou rumo a Gaza nesta quarta-feira (18). Ela estava em Roma, na Itália, aguardando autorização para pousar no Egito.