O ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara, recentemente fez declarações acaloradas em relação à gestão de Raquel Lyra e à situação financeira do estado, afirmando que ele deixou as finanças do estado “equilibradas”. Isso veio à tona após o Blog de Jamildo revelar uma nota técnica do Ministério da Fazenda, que analisou as obrigações financeiras do estado em 2022, seu último ano no cargo.
De acordo com essa análise do governo federal, a liquidez em 31 de dezembro de 2022 nas obrigações financeiras deixadas por Paulo Câmara era de R$ 1,17 bilhões, enquanto a disponibilidade de caixa era de apenas R$ 797 milhões, gerando um desequilíbrio de caixa notável. O ex-governador atribuiu esse desequilíbrio ao impacto das ações do Governo Bolsonaro, incluindo a Lei Complementar 194, sancionada em junho de 2022, que afetou significativamente a arrecadação dos estados, resultando em perdas no ICMS.
Paulo Câmara ressaltou que essa perda, que em Pernambuco se traduziu em R$ 1,6 bilhão a menos nos cofres públicos, afetou um dos três indicadores que definem a Capacidade de Pagamento (Capag) do estado. Ele destacou que durante sua gestão, o estado de Pernambuco alcançou os melhores indicadores financeiros de sua história, com uma baixa taxa de endividamento (35%), um comprometimento do orçamento com pessoal de 43,03%, e R$ 3,4 bilhões em empréstimos pré-aprovados com o aval da União.
Essa troca de palavras entre Paulo Câmara e o governo atual de Raquel Lyra reflete as complexidades das questões financeiras e políticas em Pernambuco e ressalta a importância de uma análise mais detalhada para entender a situação financeira real do estado.
JC Online