O presidente da Argentina, Javier Milei, defendeu, nesta segunda-feira (25), o decreto de necessidade e urgência (DNU), medida que contém mais de 300 medidas para desregulamentar a economia e que ele enviará ao Congresso em breve. Ao comentar as críticas recebidas de opositores, Milei chamou de sádicos e corruptos alguns dos que se opõem ao projeto.
– Parece que algumas pessoas, por sadismo e outras por corrupção, querem manter acorrentados os argentinos que querem sair da miséria – escreveu Milei em sua conta na rede social X (ex-Twitter), parafraseando o ex-presidente argentino Arturo Frondizi (1958-1962).
O DNU de Milei, que será tratado no Congresso a partir desta terça (26), tem como objetivo reformar o Estado por meio de ajustes fiscais e cortes nos gastos públicos até alcançar cinco por cento do produto interno bruto (PIB) do país; algo que será acompanhado por um pacote de leis para restaurar impostos, recalibrar funções administrativas e acordos comerciais.
A medida se baseia em um texto que o já falecido Frondizi publicou quando realizou reformas, por decreto, para nacionalizar, monopolizar e autoabastecer a Argentina com petróleo em uma época em que o país consumia mais combustível do que produzia.
O governo de Frondizi foi marcado pelo desenvolvimento da indústria pesada por meio de empresas multinacionais que se instalaram no país e com menor intervenção estatal.
A oposição argentina continua a se posicionar contra a medida diante do futuro embate das medidas econômicas propostas pelo governo. O peronismo – enfraquecido após perder as eleições – se apoiou no governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, que foi o primeiro a criticar o DNU.
Em uma reunião com autoridades e representantes do União pela Pátria (peronismo) para analisar a situação atual do país, Kicillof garantiu que eles trabalharão “articuladamente” para coordenar ações conjuntas e responder às “necessidades do povo de Buenos Aires”.
Além disso, os sindicatos mais importantes da Argentina se manifestaram contra as reformas e anunciaram uma mobilização para esta quarta (27) em direção ao Palácio da Justiça para exigir a revogação do “megadecreto”, bem como um protesto conjunto com organizações sociais na quinta-feira (28).
*EFE