O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, esclareceu em entrevista exclusiva que a decisão de adiar a distribuição de dividendos não partiu de ordens do presidente Lula. Prates ressaltou que a reunião agendada com Lula não tem como foco a questão dos dividendos. Apesar da especulação, Prates afirmou que o objetivo é discutir outros assuntos pertinentes à empresa.
No último sábado (11), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, concedeu uma entrevista exclusiva ao blog de Andréia Sadi para o G1 e ao Estúdio i, esclarecendo a polêmica em torno da suspensão da distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas da empresa. A decisão de adiar a distribuição ocorreu após a empresa perder R$ 55,3 bilhões em valor de mercado na semana anterior.
Prates destacou que a decisão não foi uma ordem do presidente Lula (PT). Segundo ele, a discussão sobre os dividendos foi realizada dentro da empresa antes do anúncio do balanço financeiro de 2023, e a decisão de adiamento foi tomada em conjunto, considerando a necessidade de fechar o balanço.
Os dividendos são uma parcela do lucro da empresa que é repartida entre os acionistas. O balanço financeiro de 2023, divulgado na última quinta-feira (7), veio abaixo das projeções e frustrou as expectativas do mercado, que esperava um pagamento de dividendos extraordinários.
Durante a entrevista, Prates explicou que a proposta de pagamento de dividendos extraordinários foi discutida no Conselho de Administração da Petrobras, mas os representantes do governo votaram contra a proposta, que acabou sendo rejeitada. Apesar disso, Prates ressaltou que a discussão sobre os dividendos é “espuma” e que a empresa terá que decidir o que fazer com os valores.
Sobre a reunião agendada com o presidente Lula para o mesmo dia, Prates esclareceu que o encontro já estava programado e não tem como foco a questão dos dividendos. Segundo ele, o objetivo da reunião é discutir outros assuntos relevantes para a empresa.
Apesar das especulações e pressões internas, Prates afirmou que continuará com sua posição e não seguirá a orientação do governo em relação aos dividendos. A postura do presidente motivou uma ala do governo Lula a pressionar pela sua saída do comando da Petrobras. No entanto, Prates reiterou seu compromisso com a empresa e com as decisões tomadas em conjunto com a diretoria.