A primeira-dama, Janja da Silva, disse que o Brasil teve uma “interrupção na sua democracia” nos seis anos que antecederam o terceiro mandato de seu marido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As declarações foram dadas durante um evento da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.
– O Brasil teve uma interrupção na sua democracia, podemos falar assim. Por seis anos o Brasil teve um retrocesso nas suas políticas públicas – afirmou Janja.
A atual primeira-dama se referiu aos mandatos de Michel Temer e Jair Bolsonaro (PL), nos quais, segundo ela, não foram priorizados os mais vulneráveis. Ela participou do painel Rumo a economias com igualdade de gênero: fazer com que as finanças públicas trabalhem para a igualdade de gênero.
– As políticas públicas não podem ser desse ou daquele governo, ou desse ou daquele presidente, ela tem que ser política de Estado – declarou nesta segunda-feira (11).
Já nas redes sociais, Janja também criticou a falta de mulheres na abertura do evento, que reúne autoridades e pesquisadores de diferentes países para discutir políticas de igualdade de gênero e empoderamento das mulheres.
– Já é o quinto homem falando e nenhuma mulher – reportou Janja, na rede social X.
Nesta terça (12), Janja voltou a criticar os antecessores de Lula na Presidência da República, citando o Bolsa Família, criado em 2003, no primeiro mandato de Lula.
– Apesar dos retrocessos que o Brasil enfrentou nos últimos anos, retomamos no terceiro mandato do presidente Lula os esforços para novamente reduzir a pobreza. Isso só foi possível a partir de políticas sociais desenhadas a partir de uma perspectiva de gênero, como o Bolsa Família, que prioriza as mulheres chefes de família ampliando o seu empoderamento econômico – afirmou a primeira-dama em outro painel: Políticas e estratégias para acabar com a pobreza de mulheres e garotas.
Mesmo sem cargo oficial, Janja foi indicada por Lula a integrar a comitiva do Brasil na 68ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher da Organização das Nações Unidas (ONU). Ela está em Nova Iorque desde o dia 9 de março para o evento. A comitiva brasileira é liderada pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.