O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que até abril, o setor de aviação do país deverá receber ajuda através de linhas de crédito. Ele disse que o governo não pensa em ajudar as companhias aéreas com recursos do Tesouro, mas sim através de uma agenda de crédito permanente.
Costa Filho afirmou que a pasta discute com o Ministério da Fazenda e o BNDES essa linha de recursos, assim como já existe para setores como agronegócio, indústria e tecnologia.
— É preciso fortelecer as companhias aéreas no país. Infelizmente no governo passado não tivemos a atenção para as companhias aéreas do Brasil. Enquanto nos EUA, foram aportados em recursos do Tesouro e crédito US$ 50 bilhões, na França US$ 20 bilhões e Alemanha US$ 12 bilhões, no Brasil não houve nem um apoio do ponto de vista estrutural. É importante ter essa linha de crédito para trazer previsibilidade ao setor — disse Costa Filho.
O ministro participou do evento de apresentação do projeto de remodelação do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, pela Aena Brasil, concessionária que administra o terminal.
Costa Filho disse que o Ministério da Fazenda já começou a ouvir as companhias aéreas, desde a última sexta-feira. A partir dessa conversa, a pasta pretende formatar uma proposta que possa atender a aviação brasileira, conforme pediu o presidente Lula.
Gol deve se recuperar, diz ministro
Costa Filho disse ter confiança na recuperação da Gol, que pediu recuperação judicial nos Estados Unidos, e espera que a companhia saia ainda maior desse processo, com base em outras companhias que já passaram por recuperação judicial, como a Latam.
Ele disse que o programa Voa Brasil, com passagens a R$ 200, que atenderá 5 milhões de passageiros, também está formatado e na primeira fase será direcionado a aposentados que ganham até dois salários mínimos e alunos do Prouni.
— As companhias aéreas compraram a ideia desde o primeiro momento e em abril vamos apresentar ao país.
Costa Filho disse que o Brasil vive um momento de fortalecimento da aviação brasileira, saindo de 98 milhões de passageiros para 102 milhões ano passado, além da expectativa de alto volume de investimento privado para os próximos cinco anos, chegando a R$ 10 bilhões.
O ministro afirmou que o governo tem conversado com as concessionárias de aeroportos para acelerar esses investimentos. Costa Filho afirmou que é fundamental ter um olhar para a aviação brasileira, já que a tendência é que o número de passageiros transportados suba para 130 milhões, nos próximos três anos.
Infraero é saudável
O ministro dos Portos e Aeroportos afirmou ainda que a Infraero não será extinta e tem papel importante na agenda de desenvolvimento no Brasil, sendo sócia no aeroporto do Galeão e Santos Dumont.
A empresa tem planos de investir em aeroportos de médio porte que ajudem o desenvolvimento do turismo de lazer no litoral do Nordeste e novos terminais para o agronegócio, segundo o ministro. Nos próximos três a quatro anos, a Infraero deve construir em torno de 20 aeroportos no Brasil, revelou.
— É uma empresa saudável — afirmou o ministro.
Fonte: O Globo.
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