Apoiador declarado do ex-presidente Lula e crítico ferrenho do governo do presidente Jair Bolsonaro, o cantor Caetano Veloso voltou a atacar a gestão federal ao dizer que o atual Executivo federal é “o avesso do que devemos ser”. A declaração foi dada pelo artista em uma entrevista publicada pelo site Metrópoles.
– O governo que temos agora não tem paralelo com a ditadura, tem saudade dela, paixão pela deformação do poder público. É o avesso do que devemos ser – afirmou.
Caetano ainda comentou questões envolvendo a Lei Rouanet, nome dado à Lei de Incentivo à Cultura, da qual alega nunca ter dependido. Segundo o artista, a medida foi “criada com bons propósitos” e “deve ser bem interpretada e bem usada”.
– Pessoalmente, nunca dependi dessa lei. E sempre soube que ela deve ser bem interpretada e bem usada. Um governo honesto e elegante a melhoraria e faria jus ao nome de quem a criou, ou a rejeitaria por encontrar formas de incentivo mais eficazes. Não sou afeito a contas e finanças, mas sei que a lei foi criada com bons propósitos – disse.
Questionado sobre as eleições deste ano, o cantor disse parecer “provável” que o presidente Jair Bolsonaro perca a eleição presidencial. Entretanto, sem muita confiança em sua declaração, Caetano disse não ter certeza se isso realmente acontecerá. Ao final, ele ainda atacou o apoio ao governo, que chamou de “neurose coletiva”.
– Parece provável que Bolsonaro perca. Mas não é certo. De todo modo, mesmo que ele saia, a sociedade brasileira precisa mostrar-se mais forte do que a neurose coletiva que alimenta o bolsonarismo – finalizou.