O Kremlin está a se aproximando dos governantes islâmicos em Cabul. De acordo com a mídia estatal russa, representantes do Talibã foram convidados para o Fórum Econômico Internacional em São Petersburgo. Ao mesmo tempo, Moscou declarou que retirará o grupo fundamentalista da lista de terroristas.
O fórum de São Petersburgo, que já acolheu CEOs ocidentais e banqueiros de investimento de Londres e Nova Iorque, mudou significativamente em meio à guerra na Ucrânia, que desencadeou a maior crise nas relações da Rússia com o Ocidente desde a crise dos mísseis cubanos de 1962.
Os investidores ocidentais foram agora substituídos por empresas da China, Índia, África e Oriente Médio.
Em 2003, a Rússia rotulou formalmente os Talibã de organização terrorista, embora mantivesse contatos informais periódicos com o movimento fundamentalista islâmico.
Desde que os talibãs tomaram o poder em agosto de 2021, quando as forças lideradas pelos EUA se retiraram após 20 anos de guerra, a Rússia tem lentamente construído laços com os talibãs.
Embora o movimento permanecesse oficialmente proibido na Rússia e a despeito das sanções internacionais, Moscou promove relações com os talibãs há anos, realizando várias rondas de conversações e impulsionando o comércio com o Afeganistão.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, afirmou que “são os talibãs que detêm o verdadeiro poder no Afeganistão”. “Vamos retirá-los da lista de organizações terroristas”, acrescentou FM Lavrov.
Açoitar e apedrejar mulheres
No final de março de 2024, o líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada, anunciou nesse que o grupo começará a aplicar a sua interpretação da lei sharia no Afeganistão, incluindo a reintrodução da flagelação pública e do apedrejamento de mulheres por adultério.
Numa transmissão na rádio e televisão afegã, controlada pelos Taliban, em 30 de março, Akhundzada disse: “Vamos açoitar as mulheres… vamos apedrejá-las até a morte em público”.
Fonte: O Antagonista.